Cartas ao director

Crónica certeira

Os leitores do PÚBLICO devem ler a crónica de Carlos Blanco de Morais publicada a 12 de Dezembro.  “A rebelião das massas” é um ataque às democracias e, mais ainda, é comandada por forças incontroláveis que se servem dos mais jovens para atingir os seus fins. É a destruição pela destruição mas sempre com a capa de fazerem justiça pelas próprias mãos. Os Facebooks, os smartphones são as armas escolhidas pelas hordas de bárbaros que invadiram o nosso mundo desde o Chile até à Catalunha e ao Médio Oriente. Faz-me lembrar aquele filho que combina com os pais receber uma semanada. Mas um belo dia as despesas do menino ultrapassam muito o combinado. Chega a casa e exige dos pais que aumentem muito a semanada e recebe um “Não” educativo. No dia seguinte chega a casa e destrói tudo o que encontra, deixando a casa num caos e, por sorte os pais escapam com vida, Será isso que nós queremos da nossa democracia? Parabéns Carlos Blanco de Morais.

Carlos Borges Simão, Torres Novas

Divórcio

Estado Social ou do capital? Tendo parca reforma de pouco mais de 700 euros, meu único rendimento, recusaram-me apoio judicial para o divórcio litigioso! O mais espantoso é que, propondo-me pagamento faseado do processo, o que aceitei, nomearam-me uma advogada que só me fazia o divórcio, negando-se a tratar da partilha, processo inerente e por norma seguinte. Teria, então, de pagar ainda mais, o custo da partilha, a executar por outro advogado, pelo que mandei logo às urtigas a Seguranca Social e fui procurar outro advogado no privado. A Justiça, o pilar da democracia, está ainda pior do que a saúde! E devido à impreparação e falta de idoneidade dos advogados, mais até do que a lentidão dos tribunais ou da ineficácia das polícias. Basta ver as leis que eles aprovam na AR!

Simões Ilharco, Lisboa

Grandes contribuintes

Num qualquer dia da passada semana apareceu nos telejornais o Secretário de Estado das Finanças todo sorridente a informar que tinham sido acrescentados à lista de grandes contribuintes mais uns oitocentos cidadãos que, doravante, iam ser objecto de acompanhamento individual, acrescentando ainda que esses agora cerca de mil e seiscentos contribuintes eram responsáveis por metade da receita de IRS.

Dado que também cerca de metade dos agregados familiares nada pagam de IRS devido aos supostamente baixos rendimento, restam os outros, das classes médias e médias altas, que suportam o restante. Depois, ouve-se e não se acredita, vem o primeiro-ministro dizer que estão a estudar a possibilidade do IVA na electricidade passar a ser diferenciado - leia-se progressivo - consoante o consumo do lar, isto num bem essencial onde já centenas de milhares de pessoas são abrangidas por tarifas sociais.

Admira-me a desfaçatez com que governantes se permitem este tipo de observações que só demonstram a iniquidade, injustiça fiscal e insustentabilidade do nosso país, onde metade da população já é abrangida por isenções de taxas de todo o tipo e onde a outra metade paga tudo e ainda sofre com taxas de impostos absolutamente pornográficas.

Carlos Duarte, Lisboa

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