Cartas ao director

Consumismo

Com todos estes movimentos – congressos, reuniões, comunicações dos media, discursos políticos, manifestações para a redução do Co2 e da produção dos plásticos, as pessoas (e os media) esquecem totalmente o que está na base do aumento do CO2 e da produção de plásticos: o consumismo.  (...) Em grande parte, o consumismo baseia-se na inveja do próximo, no querer ter e parecer mais do que o seu semelhante. Na “inveja igualitária”. Claro que é preciso tentar reduzir a produção de CO2 e dos plásticos, mas o essencial é tentar reduzir o consumo de bens inúteis e a substituição não indispensável dos bens que possuímos – o que não irá ser fácil, dado a estrutura da nossa economia que se baseia basicamente e quase totalmente no consumismo – e na inveja do vizinho! É preciso produzir e vender cada vez mais para que a economia se mantenha e para isso os media e as agências de publicidade contribuem em grande medida. Tudo isto se me tornou mais claro hoje ao ver a publicidade que se alimenta de personalidades como a pobre Greta, rapariga inconsciente que é explorada pelos pais e pelos media. Ainda poderia mencionar o facto que é preciso tentar limitar a taxa de natalidade, embora isso se vá reflectir no problema da assistência indispensável para o número cada vez maior de pessoas cada vez mais idosas… Enfim, não será fácil garantir a sobrevivência da humanidade. 

Annneliese Mosch, Cascais

Custos da austeridade

Foi promessa de um governo que voltou a ganhar eleições recentemente para um segundo mandato terminar com uma austeridade da qual a mesma cor política foi a principal responsável, tendo obrigado os cidadãos a muitas privações e cortes no valor das suas pensões de reforma, congelando salários, dando o seu contributo para a degradação das condições de vida de muitos portugueses.

Iludidos pelas boas intenções e argumentos da habilidade política do chefe do governo, muitos portugueses acreditaram na esmola anual de dez euros no aumento das suas pensões, vendo na mesma o resultado da preocupação do governo em devolver rendimento aos cidadãos, como se a austeridade fosse apenas e só, a falta de dinheiro no bolso dos portugueses.

A subtileza das acção governativa não está clara aos olhos dos cidadãos, pelo que muitos não se apercebem de que embora a vinda da troika e do Fundo Monetário Internacional justificasse a austeridade a que estivemos sujeitos, hoje vivemos uma outra forma de austeridade que se verifica na falta de investimento nos serviços públicos dos quais os cidadãos necessitam, sendo o aumento de 10 euros nos primeiros anos do mandato anterior, e promessas não cumpridas, apenas um engodo para uma nova reeleição, onde os aumentos previstos, além de não dignificarem a classe politica, vão colocar em causa o combate à pobreza.    

Américo Lourenço, Sines

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