Uber avança para bolsa com prejuízos de 1,8 mil milhões de dólares

Empresa tinha 91 milhões de utilizadores e 3,9 milhões de condutores no trimestre passado.

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Reuters/Hannah Mckay

A Uber – a empresa que desafiou o sector dos táxis e se tornou sinónimo da chamada economia on demand, em que todo o tipo de serviços estão à distância de uma aplicação no telemóvel – entregou nesta quinta-feira, ao regulador dos mercados financeiros dos EUA, o prospecto para a entrada em bolsa, que revela alguns detalhes sobre o negócio da multinacional.

A empresa, criada há dez anos, teve um prejuízo no ano passado de cerca de 1,8 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros), quando excluídos ganhos extraordinários provenientes de vendas de unidades de negócio na Rússia e na Ásia. As receitas operacionais foram de 11,3 mil milhões.

Os números não foram uma surpresa, uma vez que a Uber já tinha antes divulgado dados financeiros que mostravam perdas. Mas os prejuízos podem lançar nos investidores dúvidas sobre o futuro do negócio de uma das mais marcantes empresas de tecnologia da última década.

As perdas, contudo, são menores do que as registadas em 2017, quando a empresa disse ter tido prejuízos em torno dos quatro mil milhões de dólares. 

De acordo com a informação agora divulgada, a Uber tinha, no último trimestre de 2018, 91 milhões de utilizadores da plataforma e 3,9 milhões de condutores. O número de utilizadores subiu 34% face ao ano anterior, mas este valor significa um abrandamento do ritmo de crescimento.

Para lá do serviço de transporte, a empresa tem múltiplas outras actividades, entre as quais uma das mais rentáveis é o negócio de entrega de refeições Uber Eats, cujas receitas quase triplicaram no ano passado, para perto de 1,5 mil milhões de dólares.

Os números surgem numa altura em que a Lyft, uma rival mais pequena e focada no mercado norte-americano, vê as acções desvalorizarem, após uma entrada em bolsa no mês passado.

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