Warner Bros obriga Donald Trump a eliminar vídeo de campanha

Um vídeo promocional da campanha de recandidatura do presidente americano usava sem autorização a banda-sonora e a fonte tipográfica de O Cavaleiro das Trevas Renasce.

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Não é a primeira vez que Donald Trump recorre à iconografia da cultura popular sem autorização dos detentores dos direitos respectivos Carlo Allegri/Reuters

As eleições estão marcadas para 2020 mas a campanha já se vai fazendo. Num vídeo promocional da recandidatura de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos divulgado esta terça-feira, o actual presidente recorreu ao apoio de um super-herói. Ou seja, usou Why do we fall?, da banda-sonora que Hans Zimmer compôs para o filme de 2012 das séries Batman, O Cavaleiro das Trevas Renasce, e recorreu ainda à fonte tipográfica em que foi escrito o título da obra para passar a sua mensagem. O problema é que o super-herói não foi informado: 2,3 milhões viram o vídeo após ter sido publicado no Twitter de Donald Trump, mas horas depois o mesmo foi retirado da rede social após a Warner Bros ter denunciado utilização abusiva.

“Primeiro ignoram-te. Depois riem-se de ti. Depois chamam-te racista. Donald. J. Trump. O teu voto. Mostrou que estavam todos errados. Trump: A Grande Vitória. 2020”. Era este o texto que surgia no vídeo de dois minutos, escrito na fonte usada em O Cavaleiro das Trevas, a trilogia Batman assinada por Christopher Nolan, enquanto se ouvia a música do filme. “A utilização da banda-sonora de O Cavaleiro das Trevas Renasce no vídeo de campanha foi feita sem autorização. Estamos a recorrer aos canais legais apropriados para que seja removido”, declarou em comunicado um representante da Warner Bros pouco após a divulgação do vídeo. “O vídeo foi removido em resposta a uma denúncia do detentor da marca registada”, lê-se agora no ecrã antes ocupado pelo clip. Por baixo, o slogan mais associado a Donald Trump, tweetado pelo presidente em caixa alta para acompanhar a publicação do vídeo: “MAKE AMERICA GREAT AGAIN”.

Não é a primeira vez que Trump recorre a música ou iconografia da cultura popular sem autorização dos autores ou dos detentores dos respectivos direitos autorais. Em Novembro de 2018, a decisão de voltar a impor sanções ao Irão, na sequência do abandono do acordo sobre o nuclear, foi acompanhada de um poster onde se lia “Sanctions are coming” [“As sanções estão a chegar”], uma adaptação da célebre frase “Winter is coming” ["O Inverno está a chegar"] da série A Guerra dos Tronos – a fonte tipográfica era também a da série. “Como se diz utilização indevida de marca registada em dothraki? [língua de um dos povos ficcionais da série]”, tweetou na altura a HBO.

Antes de tudo isto, quando Donald Trump era ainda candidato em campanha, vários músicos intimaram-no legalmente ou emitiram comunicados em que exigiam que a sua música deixasse de ser tocada nos comícios do agora presidente. A lista, extensa e variada, inclui os Rolling Stones, Rihanna, Neil Young, Queen, Earth, Wind & Fire, Elton John, Adele, Free, Pharrel Williams, R.E.M. ou Guns N’Roses.

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