Morreu Seymour Cassel, o actor de John Cassavetes e Wes Anderson

Veterano do cinema independente, tinha 84 anos. Em 1968 foi nomeado para um Óscar de Melhor Actor Secundário pelo seu papel em Rostos, de Cassavetes.

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Seymour Cassel em Rostos, de John Cassavetes, filme de 1968 que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário DR

Seymour Cassel, veterano do cinema independente conhecido pelas suas colaborações com John Cassavetes e, décadas depois, com Wes Anderson, morreu este domingo em Los Angeles, vítima de doença de Alzheimer. Tinha 84 anos.

Nascido em Detroit em 1935, trabalhava ininterruptamente, dentro e fora de Hollywood, em filmes e séries de televisão, desde 1958, o ano da sua primeira aparição no cinema, ainda que não-creditada, em Sombras, a estreia de Cassavetes na realização. Isto até 2014, ano do seu último crédito num filme.

Seymour Cassel foi o hippie Chet em Rostos, de 1968, filme de Cassavetes que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário. Voltou a trabalhar com o realizador, que valorizava actores em personagens próximas daquilo que eram na vida real, em filmes como Prisioneiros da NoiteA Morte de um Apostador Chinês, Amantes ou Tempo de Amar (em que faz de Seymour Moskovitz, uma das personagens que dá o nome original ao filme, Minnie and Moskovitz).

Também foi visto em filmes como The Webster Boy, de Don Chaffey, em 1962, Contrato para Matar, de Don Siegel, em 1964, em que Cassavetes era só actor. Nesse mesmo ano trabalhou outras duas vezes com Siegel, num episódio de A Quinta Dimensão e no telefilme O Enforcado. Voltaria a colaborador com ele em A Pele de Um Malandro, de 1968.

Nos anos 1990, apareceu em Dick Tracy, de Warren Beatty, Alta Jogada, de Albert e Allen Hughes, Poderia Acontecer-te, de Andrew Bergman, Proposta Indecente, de Adrian Lyne, ou In The Soup, de Alexandre Rockwell. Neste último filme, que lhe valeu vários galardões, incluindo um prémio do júri para melhor actor no Festival de Sundance, contracenou com Steve Buscemi, em cuja estreia na realização, Trees Lounge, de 1996, participou. A colaboração continuou nos seus dois filmes seguintes.

Em 1998, Wes Anderson, outro admirador confesso de Cassavetes, utilizou Cassel como o barbeiro pai do protagonista de Gostam Todos da Mesma. A parceria continuaria também em Os Tenenbaums –​ Uma Comédia Genial, de 2001, e Um Peixe Fora de Água, de 2004.

Fora da carreira como actor, Cassel era também conhecido por uma curiosidade da cultura popular: segundo conta o próprio guitarrista na sua autobiografia de 2007, foi Cassel quem começou a chamar Slash a Saul Hudson, o futuro músico dos Guns N’ Roses, na altura amigo do seu filho Matt, por este passar a vida de um lado para o outro, cheio de pressa.

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