Christian Dior, "Designer de Sonhos", em exposição no V&A

A exposição reúne algumas das peças mais icónicas da maison francesa, desenhadas pelo seu fundador, bem como os seguintes directores criativos que assumiram funções nas últimas décadas. Abre as portas a 2 de Fevereiro.

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Do vestido do 21.º aniversário da princesa Margarida ao vestido com o qual Jennifer Lawrence pisou a passadeira vermelha no ano em que ganhou um Óscar, algumas das peças de Christian Dior que fizeram manchetes estão reunidos numa exposição no Victoria & Albert Museum (V&A), em Londres, que abre as portas a 2 de Fevereiro.

Com um conjunto de acessórios, esboços e frascos de perfume, “Christian Dior: Designer of Dreams” traça um retrato da história da marca de luxo fundada em 1946, que ainda hoje representa a epítome de alta-costura. Ao todo, são mais de 500 peças que ilustram o legado do designer e dos seus seis sucessores.

A Dior “não só revolucionou o design de moda... mas foi também importante pela forma como fazia negócios”, comenta Oriole Cullen, curadora de Moda e Têxtil do V&A, à Reuters. “O seu modelo de negócio era algo que ainda hoje está em uso. Ele tinha um olhar a nível global e para diferentes mercados.”

Uma das peças mais antigas em exposição é um fato icónico da Dior, com um casaco branco e uma saia preta plissada. Foi criado em 1947 e revolucionou a moda feminina, ganhando o apelido de “new look da Dior”. Outros dos destaques são o corpete de seda bordado em palha de ouro e o vestido desenhado para a princesa Margarida de Inglaterra em 1951 — aquele que esta usou para o retrato oficial do seu 21.º aniversário.

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A princesa Margarida, fotografada no seu 21.º aniversário com um vestido Dior Cecil Beaton, Victoria and Albert Museum

A exposição detalha como o criador conheceu a jovem princesa quando esta visitou um salão da Dior, durante a sua primeira viagem ao continente, e como em 1950, no primeiro desfile Dior na Grã-Bretanha, o criador organizou uma apresentação especial para a rainha Isabel, para a a princesa Margarida e outros membros da realeza, escreve a Harper's Bazaar. Christian Dior terá ficado impressionado com o estilo da princesa, descrevendo-a como “muito encantadora”.

Emily Austin, responsável pelo trabalho de restauro do vestido, comenta que as nódoas do mesmo, que não foram possíveis remover, mostram sinais de este ter sido bastante apreciado e de ter ido a algumas boas festas, observa o The Art Newspaper.

Um "anglófilo assumido"

O amor de Dior pela Grã-Bretanha — onde fez vários desfiles de moda — também é explorado nesta exposição. “Ele era um anglófilo assumido”, aponta Cullen. “Para ele, era um mercado importante.” O criador morreu em 1957, com 52 anos. O então jovem Yves Saint Laurent assumiu o cargo de director criativo, seguido por Marc Bohan, Gianfranco Ferre, John Galliano, Raf Simons e Maria Grazia Chiuri — no comando desde 2016.

Os designs, usados ​​por membros da realeza e celebridades, estão misturados nas exposição com os do fundador. Dior era supersticioso e a sua estrela da sorte — à qual Chiuri já prestou homenagem — é uma das peças em exposição. “Em qualquer parte do mundo, a Dior é a Dior. Muitas pessoas não sabem que havia muitos designers na Dior”, conta Chiuri à Reuters.

“Acho que temos que respeitar este legado mas, ao mesmo tempo, de fazê-lo avançar. Olho à minha volta, absorvo muita inspiração, mas o meu pensamento é introduzir este elemento contemporâneo para mulheres modernas”, conclui a designer.

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