Os injustiçados

Se eu tivesse de escolher os dois actores que mais me impressionaram em 2018 seriam Glenn Close em The Wife e Olivia Colman em The Favourite.

Uma das injustiças dos Óscares é haver tão poucos prémios para os actores. Fica-se sempre com pena que só possa ganhar uma pessoa em cada categoria porque os outros nomeados são quase sempre muito bons.

Se eu tivesse de escolher os dois actores que mais me impressionaram em 2018 seriam Glenn Close em The Wife e Olivia Colman em The Favourite.

Detestei The Favourite – é o único filme de Yorgos Lanthimos de que não gostei. Nunca vi um filme tão estridente, tão caricatural, tão simplista. De que serve ter três mulheres como personagens principais se o objectivo é vê-las sofrer fisicamente?

Olivia Colman sempre foi espectacular a fingir sofrimento e dor mas neste filme excede-se, acrescentando fealdade e desgosto com ela própria. Rachel Weisz e Emma Stone estão óptimas, ambas em papéis dificílimos como aristocratas inglesas.

O pior é o filme, sobrecarregado de música e filmado para estar constantemente a desfear e a gozar e a sentir-se superior. Ia usar a palavra ridicularizar mas ela contém a palavra riso. Se há coisa que o filme não faz é rir.

Por outro lado, porquê perder tempo com um mau filme quando poderia elogiar dezenas de actores que admirei, que me comoveram, que me fizeram pensar e rir e compreender?

Quantos maus e medíocres filmes só se redimem por causa do trabalho dos actores? Para aí dez vezes o número de filmes bons? E, desses filmes bons, quantos existem que são bons apesar de ter maus actores? Para aí dez?

Vou passar a dizer à antiga "fui ver a Glenn Close em The Wife". É mais justo.

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