Sete ideias para sair esta semana

Marchamos a 100% por sabores e olhares destes e doutros tempos. Verdade ou mentira?

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Bastidores, de Tânia Dinis DR

87 anos a 100%

Porto - Teatro Rivoli
Dias 19 e 20 de Janeiro

Nesta altura do ano, há no Porto um acontecimento particularmente mobilizador: o aniversário do Rivoli. No 87.º, o teatro abre portas durante dois dias a uma série de espectáculos, actividades de vários quadrantes, todas gratuitas e oferecidas quase sempre por gente e artistas da cidade. 100% Porto é, aliás, o nome da festa. É "roubado" a uma peça do colectivo Rimini Protokoll que aplica aqui a fórmula de chamar ao palco cem pessoas da comunidade local para a celebrar. É uma das muitas estreias do vasto cardápio. Outras são Bastidores, trabalho performativo de Tânia Dinis a partir dos arquivos do Rivoli; A Grande Guerra do Patoá, peça de Jorge Louraço Figueira e Rodrigo Santos; a dança de Ensaio Lírico, de Jorge Andrade e Marco da Silva Ferreira, e (Entre)Laços, do coreógrafo e bailarino Valter Fernandes; o concerto das Sopa de Pedra com Dona Rosa; e as leituras de O Porto pela Voz dos Seus Poetas.
Horário: a partir das 11h.
Grátis

 

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Manuel Roberto

Séculos à cabeça

Santa Maria da Feira - Centro histórico
Dia 20 Janeiro

Em Santa Maria da Feira, a festa é outra e bem mais antiga: um ritual nascido há mais de 500 anos para agradar a São Sebastião e manter a peste ao largo. Mais de três centenas de meninas do concelho, vestidas de branco e de faixa colorida à cintura, percorrem as ruas de fogaças à cabeça, depois de estas serem abençoadas na missa solene na Igreja Matriz. É o ponto alto da Festa das Fogaceiras, uma cerimónia em cortejo que se tornou não só a grande festividade religiosa da terra, como uma das maiores do Norte de Portugal.
Horário: a partir das 9h30 (cortejo às 15h30).
Grátis

 

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Barry Cawston

Banksy fotografado

Porto - Edifício da Alfândega
De 19 de Janeiro a 31 de Março

Começou por "decorar", da noite para o dia, uma cidade do sudoeste inglês com desenhos subversivos. Dessa cidade, Bristol, seguiu para outras. Desenhou na Faixa de Gaza e até montou um hotel peculiar junto ao muro da Cisjordânia. Ergueu também, em Inglaterra, um parque de diversões satírico chamado Dismaland. Mais recentemente, surpreendeu com a autodestruição de uma valiosa obra sua num leilão. No processo, foi-se tornando um ícone da arte urbana mais sarcástica e interventiva, com a aura de mistério de quem insiste em esconder a identidade (sem desprimor para as boas teorias sobre ela). A obra foi sendo registada por um artista conterrâneo, o fotógrafo Barry Cawston. A exposição Banksy's, Dismaland and Others mostra na Alfândega do Porto (e, mais tarde, em Lisboa) uma selecção de 44 imagens em grande formato, captadas ao longo de 25 anos por aquele que se tornaria uma espécie de fotógrafo oficial de Banksy – tão oficial quanto pode ser alguém ligado a um activista e agente artístico secreto que faz pouco do sistema. "Não faço ideia do que ele irá fazer a seguir", admite Cawston, "mas estou muito ansioso por ver".
Horário: todos os dias, excepto terça, das 10h às 19h.
Bilhetes a 11€

 

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Eça, na casa de Neuilly, com o Visconde de Alcaide e Sousa Rosa (Colecção da Fundação Eça de Queiroz) DR

À mesa com Eça

Lisboa - Fundação Calouste Gulbenkian
Dia 22 de Janeiro (também a 5 e 16 de Fevereiro)

Já aqui sugerimos uma visita à exposição Eça e Os Maias. Tudo o Que Tenho no Saco…, que assinala o 130.º aniversário do romance exibindo textos, fotografias e até mobília do autor. Mas há outra forma de viajar à época: através do palato, numa série de Jantares Queirosianos que tiram inspiração da sua prosa. Assinada pelo chef Miguel Castro e Silva, a ementa abre, por exemplo, com a sopa de carne com macarrão que deliciava o conselheiro Acácio n'O Primo Basílio. Segue com bacalhau assado e arroz de favas com frango assado, e é rematada por tarte de maçã com zabaglione de Porto. Tudo servido em faiança do amigo Bordalo Pinheiro, harmonizado com uma selecção de vinhos (Tormes, Quinta de Ventozelo Touriga Nacional e Dalva Tawny 10 anos) e acompanhado por apontamentos explicativos que prometem alimentar o ambiente de tertúlia.
Horário: às 20h. Mais informações aqui.
Bilhetes a 25€

 

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A Mentira DR

Verdade, mentira ou ambas

Lisboa - Teatro Aberto
Até 31 de Março

O Teatro Aberto tem em cena duas peças que podem ser vistas separadamente mas devem ser absorvidas em par. São textos "simétricos" do francês Florian Zeller, apontado pelo The Guardian como "o mais entusiasmante novo dramaturgo do nosso tempo". Na Sala Vermelha está a A Verdade, escrita em 2011. Na Azul, A Mentira, de 2014. São duas perspectivas das dinâmicas das relações pessoais e, em particular, da vida conjugal. Centram-se em casais que vão sendo desmascarados na forma como "jogam" uns com os outros em pequenas e grandes hipocrisias, inverdades e omissões do quotidiano. Ambas são adaptadas e encenadas por João Lourenço, que já se tinha ocupado d'O Pai de Zeller, em 2016. A dramaturgia é de Vera San Payo de Lemos; a interpretação, de Joana Brandão, Miguel Guilherme, Patrícia André e Paulo Pires.
Horários: quarta e sexta, às 21h30; domingo, às 18h30 (A Verdade); quinta e sábado, às 21h30; domingo, às 16h (A Mentira).
Bilhetes a 17€

 

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Still de Alanis

Entre Alanis e Severina

Loulé - Cine-Teatro Louletano
De 24 a 27 de Janeiro

Em Dezembro, a nona edição da Mostra de Cinema da América Latina ocupou o cinema lisboeta São Jorge. Agora, estende-se a Loulé para projectar seis obras que, "nas mais diversas fórmulas", explica a organização, "espelham a vitalidade e o espírito de cooperação de um território tão rico e diverso". Abre com Alanis, da argentina Anahí Berneri, em que Sofía Gala é uma jovem mãe prostituta (Concha de Prata para a actriz e para a realizadora no festival espanhol de San Sebastián), e fecha com Severina, do brasileiro Felipe Hirsch, com fotografia do português Rui Poças, que adapta o romance do Rodrigo Rey Rosa sobre a relação entre um livreiro/escritor e a sua musa/ladra de livros. Entre eles, são exibidos Yo No Me Llamo Rubén Blades, do panamenho Abner Benaim; Oscuro Animal, do colombiano Felipe Guerrero; X500, do compatriota Juan Andrés Arango Garcia; e Puntos de Reencuentro, da mexicana Valentina Pelayo.
Programa completo aqui.
Bilhetes a 3€

 

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Sarrabulho limiano

 

Ponte de Lima - Pavilhão de Feiras e Exposições
De 25 a 27 de Janeiro

Restaurantes de Ponte de Lima voltam a concentrar-se na celebração de um dos pratos mais afamados do concelho: o arroz de sarrabulho, na Feira do Porco e as Delícias do Sarrabulho. Além desta iguaria, mostram-se outros produtos regionais. À mesa vão fumeiros, enchidos, queijo, vinho verde. Fora dela, há artesanato e um programa de actividades paralelas que inclui, nesta 11.ª edição, provas de vinhos, tertúlias gastronómicas, um showcooking com o chef-especialista Daniel Pinheiro, um workshop de doce de abóbora com noz, oficinas infantis, arruadas e espectáculos musicais.
Horário: sexta, das 17h às 24h; sábado, das 10h às 24h; domingo, das 10h às 20h.
Grátis

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