Ao segundo dia de buscas, três pescadores do Mestre Silva continuam desaparecidos

O porta-voz da Autoridade Marítima avança que buscas foram alargadas com o passar do tempo e devido às correntes. Bóia de sinalização que emitiu o sinal para o Porto de Leixões já foi recolhida.

Foto
Lara Jacinto

As buscas pelos três tripulantes do Mestre Silva que desapareceram após o naufrágio desta embarcação de pesca ao largo de Esmoriz, a sul de Espinho, na passada segunda-feira, vão continuar esta quarta-feira. No segundo dia de patrulhamento foi encontrada uma bóia de sinalização do barco, mas não foi detectado qualquer sinal dos pescadores.

A embarcação de pesca Mestre Silva, da Póvoa de Varzim, naufragou ao largo de Esmoriz, a Sul de Espinho, na passada segunda-feira, pelas 8h. Os cinco homens que tinham saído para o mar no domingo à noite foram atirados à água e não tiveram oportunidade de accionar a balsa salva-vidas existente a bordo. Rafael Silva, o mestre do barco de pesca, foi resgatado com vida horas depois. Outro perdeu a vida e três continuavam desaparecidos, ao final da tarde desta terça-feira.

“As buscas decorrem como estava previsto”, avançou o porta-voz da Autoridade Marítima, comandante Fernando Fonseca, na manhã desta terça-feira. Durante a primeira noite, os meios de busca foram reforçados e estavam, no local, dois meios aéreos, até perto das 9h de terça-feira. O helicóptero da Força Aérea abandonou o local, durante a manhã, após um alerta para o desaparecimento de um jovem numa praia em Matosinhos.

As buscas continuaram ao longo do dia, pelo mar e pelo ar, e a área de patrulhamento foi, com o tempo, alargada tendo em conta a deriva do mar para sul, confirmou a mesma fonte. Mas nenhum dos homens foi encontrado. Apenas alguns dos destroços que o Mestre Silva deixou para trás foram recolhidos, assim como a bóia – meio de sinalização existente a bordo – que emitiu o sinal para o Porto de Leixões, quando entrou em contacto com a água, que accionou os recursos do Instituto de Socorros a Náufragos.

Durante o dia, ajudaram nas buscas um avião de patrulhamento marítimo, três lanchas do Instituto de Socorros a Náufragos e a corveta da Marinha Jacinto Cândido. Com o fim do dia, o patrulhamento no local ficou reduzido à corveta, sendo retiradas as embarcações e a aeronave, que tem meios para continuar o trabalho durante a noite. O plano de buscas, com a escolha dos meios a utilizar, será revisto pela manhã de quarta-feira. 

Segundo Fernando Fonseca, o estado do mar, com vagas que atingiam uma altura média de cinco metros, não tem sido favorável aos meios de busca marítimos. Também o vento constituía um obstáculo e dificultava a “pesquisa aérea”, criando uma névoa sobre a superfície da água. 

Entre os desaparecidos estão António Pontes Fangueiro, com 64 anos, natural de Caxinas, Vila do Conde, e dois pescadores indonésios: Mohammad Joni, de 33 anos, e Ardiansyah Nasution, de 26 anos, empregados por uma agência internacional de recrutamento, que já foi alertada para o incidente. 

Sugerir correcção
Comentar