Irão quer garantias europeias até ao fim do mês para se manter no acordo

Signatários do acordo nuclear reúnem esta sexta-feira pela primeira vez desde que os EUA anunciaram a retirada.

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Ayatollah Khamenei ameaça retomar programa nuclear iraniano EPA/supreme leader office HANDOUT

O Irão deu até ao final do mês para que a União Europeia apresente um pacote de medidas económicas que sirvam como compensação pelo regresso das sanções impostas pelos Estados Unidos, na sequência da sua retirada do acordo nuclear.

O prazo dado pelo Governo de Teerão foi revelado poucas horas antes de uma reunião entre representantes dos restantes signatários do acordo de 2015 (Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e China), em Viena, que vão tentar dar ao Irão garantias de que o espírito do documento continua vivo.

Mas há pouco optimismo face à ameaça da Administração de Donald Trump de penalizar as empresas estrangeiras que mantenham relações comerciais com alvos das sanções. Empresas europeias, como a gigante francesa do sector energético Total, anunciaram o abandono de projectos de investimento no Irão, caso não sejam dadas garantias de que as sanções norte-americanas não os vão afectar.

Do lado iraniano pende a ameaça de que um falhanço total das negociações para salvar o acordo de 2015 irá motivar a retoma do desenvolvimento do programa nuclear. O líder supremo, ayatollah Khamenei, disse-o com todas as letras esta semana: “Se os europeus adiarem cumprir as nossas exigências, o Irão terá todo o direito em retomar as suas actividades nucleares suspensas.”

Os diplomatas iranianos exigem também rapidez na tomada de decisão. “Esperamos que o pacote [económico] nos seja apresentado até ao final de Maio”, afirmou um dirigente à Reuters, sob anonimato. As medidas devem assegurar a continuidade das exportações de petróleo iraniano e o acesso ao sistema internacional de pagamentos bancários, o SWIFT.

“Esperamos que hoje se alcance uma posição unida contra a retirada dos Estados Unidos e uma compensação pela ausência dos EUA do acordo”, acrescentou o mesmo responsável.

Os EUA anunciaram que vão não só voltar a impor sanções ao regime iraniano, como garantem que serão ainda mais duras do que as que estavam em vigor antes do acordo.

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