O Diabo veste Prada, ao preço de Zara

Diz-se que o mundo vai acabar. É mais do que uma boa razão para espreitar a plataforma Style in a Box. Porque até quando o Mundo está para acabar, a mulher tem que ir a arrasar

A mulher é um lugar estranho. Especial, mas estranho. Bizarro, até. Às vezes, irreal. Dizem elas prolongar um sentido que nós, homens, aqui testemunhados pelos dedos de quem escreve, desconhecemos. Estranho. E ainda assim, maravilhoso. A mulher é tudo.?Menos quando vai a uma festa.? Aí, a mulher é uma jornada. ?De stress.? O homem veste-se, sai, cumprimenta, bebe, sorri, festeja e despede-se. Não necessariamente por esta ordem, nem ao mesmo compasso. Já a mulher... a mulher veste-se. Veste-se. Veste-se. E veste-se. E depois sai. E volta. E veste-se. E sai.? A mulher é um desafio à hora combinada. Um repto ao fuso horário de Greenwich. Uma semeadora profissional de conjuntos decotados pelo chão. A mulher é indecisa. A mulher pede opinião. A mulher não tem nada para vestir. A mulher é, no fundo, o motor de um desfile de posições de espera do homem, numa órbita entre o sofá e o frigorífico.?Mas a mulher tem de ir à festa. E o homem espera, porque a mulher é tudo. ?O que aí vem é, por isso, para elas. E para quem quiser ficar.?

Começo pelo início, pela mulher. Desta vez, são quatro. Filipa Neto, Lara Vidreiro, Ivone Silva e Juliana Lapa. Elas resolveram tudo. A espera, os atrasos, as indecisões, as desdobráveis incertezas entre um encarnado mais curto e um preto mais decotado e, até, a probabilidade de encontrar um vestido igual na mesma festa. ?Elas resolveram mesmo tudo. ?Chama-se Style in a Box, e é, desde o início de Dezembro, a primeira plataforma online de aluguer de vestidos da Península Ibérica.

Uma forma cómoda - à distância de um clique – de alugar vestidos de marcas internacionais, diga-se, uns Srs. vestidos, a preços que desafiam a madrasta crise em que vivemos.? Melhor ainda: é fácil. Após uma inscrição na simplista plataforma (aqui pregamos o “less is more”), escolhe-se o modelo pretendido - para já, contam-se 200 peças, entre Carolina Herrera, Red Valentino, Moschino, Galliano, Purificacion Garcia, Elisabetta Franchi, Roberto Torreta e muitos outros - e a respectiva data, recebendo-se em casa uma “box” com o vestido pronto a usar.

Os preços, esses, oscilam entre os 65 e os 180 euros – o correspondente a uns modestos 15% do valor real do vestido - incluindo os custos de transporte, limpeza e eventuais reparações. Vestir Prada, a preço de Zara. É dado. Mais, quem encomenda tem a possibilidade de escolher dois tamanhos para assegurar o “fitting perfeito”, palavras de quem aluga, que quem escreve, apesar de não ser um leigo no assunto, faz parte do sector opinador. O mesmo que espera; digo, esperava.? E em que boa altura apareceste tu, Style in a Box, que isto das Festas é muito bonito, mas não há "Reveillon" que sobreviva à odisseia “tenho-que-escolher-o-vestido”.?

Diz-se que o mundo vai acabar. É mais do que uma boa razão para espreitar a plataforma. Porque até quando o Mundo está para acabar, a mulher tem que ir a arrasar.

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