Suspeito de ataques de Paris condenado por tentativa de homicídio em Bruxelas

Salah Abdeslam é apontado como o cérebro das operações dos ataques de 2015 na capital francesa.

Fotogaleria
Salah Abdeslam LUSA/BELGIAN FEDERAL POLICE / HANDOUT
Fotogaleria
Os advogados de defesa de Salah Abdeslam LUSA/STEPHANIE LECOCQ / POOL

Salah Abdeslam, principal suspeito e único sobrevivente dos responsáveis pelos atentados terroristas de Paris, em 2015, foi condenado a 20 anos de prisão por tentativa de homícidio. Esta condenação não diz respeito à sua participação nos atentados, que fizeram 130 mortos, mas sim a um tiroteio ocorrido em 2016 na Bélgica. Foi detido no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, quatro meses depois dos atentados na capital francesa.

Quatro dias depois da detenção de Salah Abdeslam, bombistas suicidas fizeram-se explodir no aeroporto de Bruxelas e no metro da cidade, causando 32 mortos. As autoridades belgas acreditam que Salah Abdeslam tinha ligações a estes bombistas e que o ataque foi antecipado com receio de que Abdeslam revelasse os planos durante o interrogatório.

Abdeslam, actualmente com 28 anos, é apontado como o cérebro das operações, onde terá desempenhado um papel fundamental nos preparativos dos ataques. O plano seria fazer-se explodir no Estádio de França, mas diz ter-se arrependido no último minuto e decidiu não detonar o seu cinto de explosivos. No entanto, as autoridades sabem que disse a um primo que não o fez por não ter líquido explosivo suficiente. O seu julgamento em relação aos atentados de Paris só deverá arrancar em 2019.

Foi extraditado para França em 2016, onde aguarda julgamento numa prisão nas proximdades de Paris, em regime de isolamento e de videovigilância 24 horas por dia. O suspeito não compareceu no tribunal belga, onde esteve representado pela sua equipa de advogados. Apesar da sua ausência, o dispositivo policial foi reforçado à volta do tribunal.

Para além de Salah Abdeslam foi ainda condenado o seu cúmplice, Sofien Ayari. Recebeu a mesma pena de 20 anos de prisão.

Sven Mary, porque defende um terrorista?

Sugerir correcção
Ler 1 comentários