Natalie Portman não vai a Israel receber prémio por causa de Netanyahu

Actriz israelo-americana rejeitou marcar presença na cerimónia do Prémio Genesis, por não querer ser associada ao primeiro-ministro israelita. Evento foi cancelado.

Foto
Natalie Portman nasceu em Jerusalém MARIO ANZUONI / Reuters

Distinguida em Novembro do ano passado com o Prémio Genesis, Natalie Portman decidiu boicotar a cerimónia da entrega do prémio que estava agendada para o final de Junho, em território israelita, por não querer ser associada ao primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, que iria discursar no evento.

A decisão da actriz israelo-americana foi inicialmente comunicada pelos seus representantes aos organizadores do prémio, que optaram por cancelar o evento. Mas as críticas que lhe foram feitas, nomeadamente pela ministra da Cultura, Miri Regev – que a acusou de ter “caído como uma fruta madura” nas mãos dos que defendem o isolamento económico do Estado de Israel –, levaram Portman a partilhar um longo texto nas redes sociais, para justificar a sua decisão na primeira pessoa.

A vencedora do Óscar de Melhor Actriz em 2010, pelo papel em Cisne Negro, confirmou as discordâncias de Netanyahu, mas defendeu que é com a sua liderança que tem uma incompatibilidade e não com o país.

“Decidi não estar presente [na cerimónia], porque não quero que pareça que apoio Benjamim Netanyahu. Tal como vários israelitas e judeus em todo o mundo, posso ser crítica da liderança de Israel sem que isso signifique que queira boicotar toda a nação”, escreveu Portman no Instagram.  

A actriz nascida em Jerusalém em 1981 lamentou a “violência”, os “abusos” e a “desigualdade” verificados em Israel nos dias que correm e diz que é por gostar de Israel que sente ter o dever de denunciar essa realidade.

“Os abusos sobre aqueles que sofrem não são compatíveis com os meus valores judeus. Porque me preocupo com Israel, tenho de fazer frente à violência, à corrupção, à desigualdade e ao abuso de poder”, concluiu Portman.

O Prémio Genesis é entregue aos que “inspiram os outros pela sua dedicação à comunidade judia e aos valores judeus” e inclui a oferta de dois milhões de dólares (cerca de 1,6 milhões de euros) ao seu vencedor.

Entre os premiados das edições anteriores constam o também actor Michael Douglas, o antigo mayor de Nova Iorque Michael Bloomberg, o escultor Anish Kapoor e o violinista Itzhak Perlman.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários