Mensagem da mãe de Maëlys: “Fazes-nos tanta falta. Levaremos o teu combate até ao fim, minha princesa”

A mãe da menina luso-francesa assassinada no final de Agosto “fala” pela primeira vez depois de os restos mortais da filha terem sido encontrados. Foi o homicida quem levou as autoridades ao local remoto onde deixou o corpo.

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Maëlys de Araújo desapareceu na madrugada de 27 de Agosto, em França Cortesia: Jennifer Clayet Marrel/Facebook

A mensagem é breve e emocionada, como seria de esperar de uma mãe que vive há quase meio ano sem saber o que aconteceu à sua filha e já sem grandes esperanças de a encontrar com vida. Foi dada a conhecer depois de o seu homicida, Nordahl Lelandais, ter levado as autoridades francesas ao local remoto onde depositara o corpo da pequena Maëlys de Araújo, de nove anos. “Foi preciso esperar cinco meses e meio para que este monstro falasse finalmente. A ti, o assassino da minha filha: a Maëlys vai assombrar as tuas noites e os teus dias na prisão até que morras e ardas no inferno”, pode ler-se no post que Jennifer Cleyet Marrel publicou na sua página no Facebook, um texto que vem associado a três fotografias da família em férias.

“Maëlys tinha a vida à sua frente e tu arrancaste-a de ao pé de nós”, continua, ora dirigindo-se à filha, ora falando ao homicida confesso. “Não a veremos mais por tua causa, jamais voltarei a poder apertá-la nos meus braços e dizer-lhe o quanto a amo.”

Depois de seis meses de silêncio e de, já detido, ter sido acusado do desaparecimento de um militar, o cabo Arthur Noyer, Nordahl Lelandais confessou esta quarta-feira ter matado Maëlys e forneceu à polícia, que montara uma complexa operação que incluía uma laboratório forense móvel e que exigiu o corte de estradas, todas as indicações necessárias para que o corpo fosse encontrado. Os restos mortais da menina desaparecida durante uma festa de casamento em Pont-de-Beauvoisin estavam escondidos numa área de montanha, tendo a neve e as temperaturas baixas dificultado o trabalho dos agentes no terreno.

Lelandais disse ainda às autoridades que a morte da menina de nove anos fora acidental – a palavra que usou para a definir foi “involuntária” –, mas recusou-se a detalhar as circunstâncias em que ocorreu.

“Meu pequeno anjo, não pude proteger-te deste predador e esta culpa vai perseguir-me durante muito tempo”, escreve ainda a mãe de Maëlys, que já antes pedira a Lelandais que quebrasse o silêncio sobre o que acontecera na madrugada de 27 de Agosto. Até ao dia de ontem, os mais fortes indícios de que seria ele o autor do rapto e do eventual homicídio era uma imagem recolhida por uma câmara de videovigilância que o mostrava ao volante do seu carro, tendo ao lado alguém que Jennifer Cleyet Marrel identificou como sendo a sua filha. “Agora este monstro não fará mal a mais ninguém…” e “tu estarás sempre no meu coração.”

Esta manhã os trabalhos de recuperação dos restos mortais da menina luso-francesa continuam. Lelandais voltará em breve a ser interrogado para que possa esclarecer, em pormenor, o que se passou na madrugada de 27 de Agosto. “Fazes-nos tanta falta”, escreve a mãe de Maëlys já a terminar o post. “Levaremos o teu combate até ao fim, minha princesa.”

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