No primeiro dia da semana de haute couture, em Paris, a Dior deu baile. A apresentação da maison francesa, no Musée Rodin, abordou temas como o feminismo e o surrealismo, com um conjunto de casacos, calças e vestidos estruturados quase na íntegra em preto e branco.
A acrescentar ao espectáculo estavam as máscaras com olhos destapados e a maquilhagem extraordinária que estas evidenciavam, com pestanas falsas pintadas.
Grazia Chiuri – que assumiu o controlo criativo da Dior em 2016 – foi buscar inspiração à forma como Leonor Fini, artista argentina do século XX, utilizava roupa e coberturas para a cabeça para criar a sua identidade. "Ela utilizava a sua imagem para ser majestosa e poderosa. O surrealismo aborda os sonhos e o inconsciente, e frequentemente sobre o corpo das mulheres. Está muito relacionado com a moda", explica a criadora à Vogue.
No seguimento dos movimentos #MeToo e #TimesUp, a apresentação da marca acontece numa altura oportuna – coincidindo também com a temporada de prémios de Hollywood, que arrancou com o apagão dos Globos de Ouro. "A persistência [de Grazia Chiuri] em falar como uma feminista colocou a Christian Dior numa posição favorável, no que toca às escolhas politizadas das marcas", escreve a Vogue.
À noite, a marca recebeu alguns dos seus clientes mais importantes de couture, entre outras figuras, num baile de máscaras – onde até os empregados exibiam o surrealismo da colecção.
Na fotogaleria, em cima, mostramos-lhe alguns dos conjuntos mais marcantes da apresentação desta segunda-feira.