Cartas ao director

As elites agressivas

A propósito do tão inesperada quanto surpreendente decisão do governo de transferir para o Porto os serviços da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Lisboa, Infarmed, que alguns sectores vêem como uma compensação para a derrota da cidade na candidatura europeia a agência do medicamento, EMA, o presidente da câmara municipal de Gaia manifestou o seu espanto pela polémica surgida sobre o caso.

Numa linguagem acinzentada e pouco explícita, acusa as elites duma agressividade provinciana mas que não justifica nem define! A propósito, ocorre-nos o seu antecessor que palmilhando idêntico discurso falou dos elitistas e sulistas, o que, como se recordam, lhe saiu bem caro!

Esperemos que o autarca presidente se explique melhor e que nos diga a que elites se refere e como as compromete na ainda longínqua descentralização!

José Manuel Pavao, Porto

 

Começo a ter medo

Depois de tudo o que tem acontecido relativamente às negociações do Orçamento do Estado para 2018 começo a ter algum medo do futuro próximo. Por muito que possa parecer justo não se pode dar o que não se tem e o que, acima de tudo, foram outros que tiraram. Como em tudo na vida, a velocidade de querer limpar uma nódoa é inimiga da qualidade dessa limpeza. Espero que o primeiro-ministro António Costa continue a querer ser pragmático e não se deixe embalar por uma música que, a curto prazo, poderá, em lugar de adormecer crianças, alimentar e fazer aparecer fantasmas nos sonhos dessas mesmas crianças.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

 

Filhos e enteados

Lamenta-se que este governo, na sua constante obsessão de satisfazer os seus apoiantes na Assembleia da República, esteja a ceder nas reivindicações de todos os funcionários públicos, sem quaisquer critérios e numa altura em que dezenas de povoações em todo o país correm o risco de ficarem sem água ou tê-la de qualidade duvidosa.

Por outro lado, há empresas privadas com graves problemas de tesouraria e o executivo ignora-as. Isto é, este país divide-se no mundo dos que trabalham para o Estado, e que tudo têm, e dos outros, a grande maioria, que trabalham para que a economia real cresça e não recebem garantias quanto ao seu futuro.

Depois admirem-se de que a troika possa ser chamada de novo a mandar no país.

Manuel Alves, Lisboa

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