Nadal reentra na “guerra” do trono

O tenista espanhol será o próximo número um do mundo a partir da próxima semana.

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Rafael Nadal Reuters/Aaron Doster

Uma semana depois de sofrer “a pior derrota do ano” em Montreal, que o impossibilitou de garantir logo a subida ao primeiro lugar do ranking ATP, Rafael Nadal vai, finalmente, regressar à liderança do circuito masculino. A desistência de Roger Federer do Masters 1000 de Cincinnati, assegurou desde logo ao espanhol os pontos necessários para, esta segunda-feira, destronar Andy Murray, independentemente de se ter ficado pelos quartos-de-final. Aos 31 anos, Nadal está novamente no trono.

“É algo que me deixa muito feliz. Muitas coisas aconteceram desde a última vez que estive neste lugar. Lesões, alguns momentos duros, claro, mas mantive a paixão e o amor pelo ténis e é por isso que tenho a oportunidade de voltar a esta posição”, admitiu Nadal, que tinha completado 22 anos há dois meses, quando interrompeu o reinado de Federer, que durava há quatro anos e meio. Manteve-se na liderança durante 46 semanas para a recuperar em Junho de 2010, até Novak Djokovic se intrometer na rivalidade com o suíço.

Depois de uma ausência de sete meses em 2012, Nadal regressou ao primeiro lugar do ranking criado em 1973, após conquistar o seu único título no Open dos EUA até à data. Mas dias depois de uma inesperada derrota nos oitavos-de-final de Wimbledon, diante de Nick Kyrgios, então com 19 anos e 144.º mundial, em quatro sets, Nadal é destronado novamente por Djokovic.

As lesões e as consequentes paragens foram minando a confiança do espanhol. Em 2015, na sequência da derrota nos quartos-de-final de Roland Garros, frente a Djokovic, Nadal desceu ao 10.º lugar, a sua pior classificação desde 2005. A época seguinte também não foi famosa: nunca passou dos quartos-de-final depois de Maio e só trouxe uma medalha dos Jogos do Rio de Janeiro em pares. Ao terminá-la mais cedo, devido a uma lesão no pulso esquerdo, as previsões não eram as melhores.

Mas o espanhol reentrou este ano com a motivação renovada e logo em Janeiro, disputou a final do Open da Austrália com Federer, a sua primeira final do Grand Slam desde o nono triunfo em Roland Garros, em 2014. Com os títulos em Monte Carlo e Barcelona, Nadal voltou a acreditar e, a 11 de Junho, regressou aos grandes títulos e logo com um número inédito em torneios do Grand Slam: 10.º título em Roland Garros.

Nadal lidera os registos de 2017 com a presença em sete finais, nas quais conquistou quatro títulos, em igualdade com Federer. E será como número um que irá encimar o quadro do Open dos EUA – que tem início no dia 28, com as ausências confirmadas de Djokovic, Wawrinka e também de Kei Nishikori – onde deverá decidir com Federer quem vai terminar o ano no primeiro lugar do ranking.

Com 7645 pontos – a pontuação mais baixa de um número um desde a introdução do novo sistema, em 2009 – a “guerra” pelo trono ameaça continuar por mais alguns episódios.

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