Cristas insta primeiro-ministro a dizer que apoios chegaram a Pedrógão
A líder do CDS interpelou o primeiro-ministro no dia em que ele vai reunir-se com o Presidente da República na região afectada pelo incêndio de Junho
A presidente do CDS-PP afirmou hoje que os apoios disponibilizados às famílias das vítimas de Pedrogão Grande não estão a chegar ao terreno e instou o primeiro-ministro a revelar que ajudas foram já canalizadas para a zona.
"Dois meses depois, aquilo que espero é que o senhor primeiro-ministro possa fazer um retrato daquilo que se está a passar e dos apoios que já estão a chegar efectivamente às pessoas e os apoios de que as pessoas carecem", defendeu a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, aos jornalistas, durante uma visita a uma instituição social lisboeta enquanto candidata à Câmara da capital.
De acordo com a líder centrista, continua-se "a dizer que não chega o apoio financeiro para aquilo que é necessário", dois meses após o incêndio no qual morreram, pelo menos, 64 pessoas, em Pedrogão Grande, no concelho de Castanheira de Pera, que será hoje visitado pelo Presidente da República e pelo primeiro-ministro.
"Vamos vendo as pessoas a mobilizarem-se, o país todo a mobilizar-se solidariamente, os fundos a serem disponibilizados, a União Europeia também está a disponibilizar fundos, mas, no terreno, a mensagem que ouvimos é ‘ainda não chegou cá nada'", declarou.
Estes fogos terão afectado aproximadamente 500 imóveis, dos quais mais de 200 eram casas de primeira habitação. Os prejuízos directos dos incêndios ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela. Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas que consumiram 53 mil hectares de floresta.