Mais um Verão com Ingmar Bergman

De 17 de Agosto a 13 de Setembro, o Espaço Nimas recebe um compacto de 23 filmes do cineasta sueco – toda uma educação cinéfila.

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Reunindo os 23 filmes que deram origem a dois ciclos anteriores, a nova retrospectiva no Nimas volta a percorrer parte substancial da filmografia do realizador

Será o regresso do cinema de Ingmar Bergman a um lugar onde ele já foi bastante feliz: o Espaço Nimas, em Lisboa, por onde passarão, de 17 de Agosto até 13 de Setembro, 23 filmes do cineasta sueco, o equivalente a toda uma educação cinéfila. Depois da grande retrospectiva de 2014 (17 filmes, dez dos quais em cópia restaurada) que dali partiu para uma inusitada digressão nacional, e de um ciclo complementar, Bergman Inesgotável, que em 2015 acrescentou seis títulos ao volumoso compacto anterior, a sala de Lisboa volta a passar Um Verão com Ingmar Bergman.

Reunindo os 23 filmes que deram origem aos dois ciclos anteriores, a nova retrospectiva volta a percorrer parte substancial da filmografia do realizador, de gestos iniciáticos como A Prisão (1949) ou Um Verão de Amor (1951) a monumentais obras-testamento como Sonata de Outono (1978) e Fanny e Alexandre (1982). O programa inicia-se com um dos menos celebrados filmes da fase final da carreira de Bergman, Da Vida das Marionetas (1980), mas passa pelas várias estações que o impuseram definitivamente no cânone do cinema europeu, nomeadamente Mónica e o Desejo (1953), Morangos Silvestres, O Sétimo Selo (ambos de 1957), A Máscara (1966) e Lágrimas e Suspiros (1972).

Festejado como um acontecimento de bilheteira (27 mil espectadores em todo o país, já que além da visita ao Porto que estava inicialmente prevista o ciclo acabaria por ter extensões em Setúbal, Coimbra, Braga, Figueira da Foz, Castelo Branco e Viseu) e, mais entusiasticamente ainda, como um inesperado comeback da cinefilia compulsiva das décadas de 60 e 70, a grande retrospectiva de 2014 esgotou sucessivas sessões no Nimas, colocando filmes como O Sétimo Selo ou Morangos Silvestres entre os 20 mais vistos do ranking semanal do Instituto do Cinema e Audiovisual.

Quase 30 anos após a retrospectiva integral que a Cinemateca Portuguesa organizou em 1989, a operação agora (re)montada pela Leopardo Filmes será talvez a mais completa das revisitações do cinema de Ingmar Bergman a que temos tido direito. Os bilhetes para as sessões – cinco por dia, salvo raras excepções – custam cinco euros.

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