Cinema atravessa fronteiras em Melgaço

Festival Filmes do Homem decorre de 1 a 6 de Agosto. Secção competitiva atribui os prémios Jean Loup Passek.

Foto
Museu de Cinema de Melgaço - Jean Loup Passek Fernando Veludo

Pela primeira vez já sem a presença viva da figura que lhe serviu de referência – o coleccionador e historiador francês de cinema Jean Loup Passek (1936-2016) –, o festival Filmes do Homem volta nos primeiros dias do mês de Agosto a Melgaço, de novo subordinado aos temas da Migração, da Fronteira e da Memória.

Criação da câmara municipal desta pequena vila do Alto Minho e da associação Ao Norte, sediada em Viana do Castelo, o festival vai contar este ano com 24 filmes a concurso (15 longas e nove médias e curtas-metragens), candidatos aos Prémios Jean-Loup Passek – que distinguirá também o melhor documentário português. O júri será constituído pelos realizadores Rodrigo Areias, Graça Castanheira e Iris Zaki (vencedora do prémio da curta-metragem na edição do ano passado, com Women in Sink, uma co-produção do Reino Unido com Israel), pelo cineclubista André de Oliveira e Sousa e pelo jornalista e programador brasileiro Sérgio Rizzo.

Paralelamente à exibição de filmes, o festival vai acolher, no dia 4, o Kino Meeting – Encontro Internacional de Serviços Educativos de Cinema, com representantes de instituições cinematográficas de Espanha, França, Itália e Alemanha. Sobre a mesa estará o projecto de criação de um serviço educativo no Museu de Cinema de Melgaço - Jean Loup Passek, a perspectivar e relançar a sua acção futura após o desaparecimento do seu patrono.

No primeiro fim-de-semana de Agosto, a Casa da Cultura – que será o principal ecrã do festival – e os paços do concelho de Melgaço acolherão também um Encontro Arraiano de Cinema e o lançamento do livro Arraiano entre os Arraianos, do escritor galego Xosé Luís Méndez Ferrín, iniciativas que farão a ligação entre os dois lados da fronteira delimitada pelo Rio Minho – de resto, a programação de Filmes do Homem espalha-se por diferentes localidades fronteiriças, como Lamas de Mouro e Castro Laboreiro, do lado de cá, e Arbo e Padrenda, na Galiza.

Fazendo também a ligação com a história dos encontros de cinema promovidos pela associação Ao Norte desde há década e meia, o festival Filmes do Homem promove o curso de Verão Fora de Campo, este ano centrado no tema Cinema, Narrativas e Lugares de Memória, e a residência Plano Frontal, sob orientação de Pedro Sena Nunes e dedicada a estudantes e recém-graduados em escolas de cinema, comunicação e artes visuais.

O programa do festival pode ser consultado aqui.

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