FC Porto vence Troféu Cidade de Guimarães

Golos de Aboubakar (21') e Soares (26') sentenciaram, na primeira parte, um jogo que teve um vermelho directo para André André (52') e um corte digno de videoárbitro de Felipe... em cima da linha de golo.

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Hugo Delgado/Lusa

O FC Porto venceu este sábado, por 2-0, o Troféu Cidade de Guimarães, impondo-se a um V. Guimarães que averbou a primeira derrota em cinco partidas, numa espécie de ensaio-geral para a Supertaça entre os minhotos e o Benfica. 

Sob a capa de apresentação oficial do Vitória, no fundo tratava-se da primeira verdadeira aparição do novo FC Porto, depois de quatro ensaios diluídos numa certa dose de clandestinidade, fosse pelo expediente da porta fechada ou pela incontornável diferença de fuso horário entre Portugal e México, a resultar na privação de sono ou do acompanhamento dos jogos com Cruz Azul e Chivas.

E o que se depreende desta primeira amostra, já com Danilo Pereira em acção, é que em termos meramente estruturais o “dragão” não está assim tão diferente. No "onze" escolhido por Sérgio Conceição apenas duas novidades em relação ao figurino da última época, com Aboubakar no lugar de André Silva e Ricardo a remeter Maxi Pereira para o banco. Mas, atendendo à realidade portista, também não havia assim tantas alternativas… isto numa altura em que o ex-titular da baliza do Feirense, Vaná, é o único reforço conhecido para os lados do Dragão.

Perante um Vitória minhoto interessado em perceber se está já em condições de poder discutir, no próximo dia 5 de Agosto, em Aveiro, a Supertaça, frente ao Benfica, o FC Porto não revelou grande sensibilidade ou simpatia, acabando por ser mais padrasto do que padrinho, mostrando-se pouco solidário ou compreensivo face a uma certa propensão dos jogadores vimaranenses para escorregarem neste novo relvado.

Douglas foi a primeira vítima, mas a bola não levava a direcção da baliza. Pior sorte teve Moreno, impotente para impedir que Aboubakar perdoasse novo deslize. Com o golo do camaronês que Sérgio Conceição parece ter convencido e ficar na Invicta, o FC Porto acentuava o domínio que já exercia praticamente desde o primeiro instante.

Soares surgiria - depois de Otávio ter ameaçado um par de vezes - disposto a usar as velhas chaves do castelo e a abrir um fosso suficientemente fundo para soterrar as aspirações vitorianas. A bola ao ferro foi apenas a primeira tentativa de acertar a combinação conhecida por meia-dúzia de dragões com passado no Minho. À segunda, Soares mostrava os genes de conquistador e assombrava uma noite que em Guimarães se pretendia de festa.

Face ao cenário desenhado na primeira parte, as formações regressaram com diferentes intérpretes e novas propostas de desenho táctico. Pedro Martins trocou cinco pedras, contra as três de Sérgio Conceição, que aproveitou para adiantar Ricardo no corredor que devolvia a Maxi. O FC Porto acabaria, porém, numa entrada dura de André André sobre Hurtado, por ficar reduzido a dez unidades e, logo aí, condicionado e sujeito à reacção dos locais. Ainda assim, insuficiente para virar o tabuleiro e relançar o jogo, resumindo-se a um remate de Texeira que Felipe salvou em cima da linha, antes da habitual dança de substituições que inviabilizam qualquer ideia de jogo.

Alinharam de início: V. Guimarães - Douglas, Sacko, Josué, Moreno, Vigário, Zungu, Rafael Miranda, Sturgeon, Tozé, Raphinha e Texeira. Jogaram ainda: João Aurélio, Celis, Hurtado, Kiko, Hélder Ferreira, Estupiñán, Rafael Martins, Francisco Ramos.
FC Porto - Casillas, Ricardo, Felipe, Marcano, Alex Telles, Corona, Danilo, Óliver, Otávio, Soares e Aboubakar. Jogaram ainda: José Sá, André André, Maxi Pereira, Herrera, Brahimi, Layún, Marega, Martins Indi, Mikel, Hernâni.

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