Jovens emigrantes: só 8,4% é que têm planos para regressar em breve

Inquérito confirma que os jovens emigrantes são altamente qualificados: 85% da população inquirida tem uma licenciatura de 4-5 anos, mestrado ou doutoramento.

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Lá fora a maioria tem emprego e um contrato sem termo Rui Gaudêncio

Só 31,4% dos jovens emigrantes portugueses dão como certo que irão regressar em Portugal e destes apenas 8,4% afirmam que já têm planos nesse sentido. Esta é uma das conclusões de um inquérito realizado a 1140 emigrantes no âmbito de um estudo promovido pela Fundação AEP e coordenado pelo sociólogo Pedro Góis, que nesta sexta-feira será apresentado oficialmente em Lisboa.

O inquérito decorreu entre Dezembro de 2016 e Abril de 2017. Mais de metade dos inquiridos tem até 34 anos e a maioria emigrou depois de 2011, em plena crise económica. Lá fora conseguiram um emprego (80%) e um contrato sem termo (60%), situações que pesam, e muito, quando se fala sobre um eventual regresso a Portugal.   

Entre os inquiridos, o peso dos que pensam provavelmente regressar, embora não o dêem como certo (34%), é idêntico aos que afirmam que não equacionam voltar (35%). No conjunto entre os que dão o regresso como certo e aqueles que o apresentam como provável, 68% não encaram esta hipótese no imediato. Com efeito, 40,5% dizem que a voltar só farão daqui a mais de cinco anos e outros 27,2% adiam esta possibilidade para daqui a mais de três anos.

Dos que tencionam voltar, a grande maioria (71%) apontou como razão principal para tal o “estar próximo da família e amigos” e mais de metade assinalou (54,3%), numa pergunta de escolha múltipla, a resposta “oportunidades de carreira”. 

Pela negativa esta é a razão pela qual 57,8% justificam ter reservas em voltar ou seja, terem “poucas oportunidades de carreira” e também por os salários por cá serem baixos na profissão que exercem (52%).

O inquérito veio confirmar também que os jovens emigrantes são altamente qualificados: 85% da população inquirida tem uma licenciatura de 4-5 anos, mestrado ou doutoramento.

O maior grupo de respostas veio do Reino Unido, seguido pela Alemanha, França, Holanda e Suiça. Mas também chegaram respostas de mais 57 países. 

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