"Os factos falam por si", diz Marcelo sobre as suas previsões económicas

O Chefe de Estado entende que se “pode ir mais longe”.

Foto
Marcelo prossegue nesta quinta-feira a visita ao Luxemburgo mas a título privado LUSA/JOÃO RELVAS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escusou-se nesta quinta-feira a comentar a previsão de crescimento do PIB de mais de 3% no segundo trimestre avançada na quarta-feira pelo Governo, referindo apenas que "os factos falam por si".

Na semana passada, em Zagreb, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que não estava afastada a hipótese de Portugal conseguir este ano um crescimento económico à volta de 3,2% e um défice de 1,4%.

Em declarações aos jornalistas no Luxemburgo, depois da visita de três dias, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que as suas previsões são perfeitamente lógicas porque "quando um trimestre está em 2,8% pode ir mais longe. Pode ir no trimestre a seguir ou até ao fim do ano, mas há uma mudança de ritmo tal que permite ir para esses valores".

Na quarta-feira, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse acreditar que o Produto Interno Bruto (PIB) poderá crescer mais de 3% no segundo trimestre deste ano.

"São valores que considero desejáveis e que ando a dizer há muito tempo porque tem de se crescer claramente acima de dois por cento e isso parece possível, desejo que sim", afirmou.

Questionado ainda sobre a violência dos protestos no Brasil para exigir a demissão do Presidente Michel Temer, Marcelo Rebelo de Sousa disse que não comenta o que se passa "no país irmão".

O Presidente confirmou apenas que vai estar neste país para as comemorações do 10 de Junho, em São Paulo e depois no Rio de Janeiro.
Sobre o balanço da visita de Estado, que terminou na quarta-feira, Marcelo disse que "era difícil" as relações entre os dois países melhorarem ainda mais, mas acrescentou que a sua visita serviu para "dar um impulso adicional" no incentivo ao aumento da participação política dos portugueses nas eleições locais luxemburguesas.

"A política é feita de empatias e a que se criou agora permite levar mais longe a cooperação em que os dois governos estão a trabalhar, que são domínios de futuro, como ciência, tecnologia, colaboração militar e cooperação financeira e económica", disse.

Marcelo prossegue a visita ao Luxemburgo nesta quinta-feira, mas a título privado, para contactos com a comunidade portuguesa e participar na 50.ª peregrinação de Nossa Senhora de Fátima de Wiltz, a cerca de 65 quilómetros da capital luxemburguesa.

Ainda em Wiltz, o Presidente visita o Liceu do Norte, para um encontro com a comunidade portuguesa e onde actua o cantor português David Carreira, a convite de Marcelo.

Segundo dados oficiais, residem no Luxemburgo cerca de 100.000 portugueses, que representam 16,4 por cento da população naquele país.
O Presidente parte ao fim do dia para Madrid, onde vai inaugurar, juntamente com os reis de Espanha, a Feira do Livro, que este ano tem Portugal como país convidado.

Sugerir correcção
Comentar