A saga virou telenovela

Já se viu o que Ridley Scott fez com a premissa de Alien há 40 anos. E foi bom, muito obrigado.

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O Alien original é, sem favor, o melhor filme de Ridley Scott, conta que não é alterada nem pelo facto de se poder gostar mais das sequelas (sobretudo as dirigidas por James Cameron e por David Fincher).

Aliás, um dos aspectos curiosos da primeira vaga de Aliens entre os anos 70 e os anos 90 — portanto, algum tempo antes da “mcdonaldização” do negócio das sequelas — foi ter-se tornado uma série “sem dono”, para onde realizadores minimamente dotados de uma personalidade (como Cameron, Fincher e, consoante os dias, o próprio Scott) traziam as suas preocupações e estilos pessoais.

Reclamada agora, com Prometheus e este Covenant, como coutada pessoal de Ridley Scott, a série é redundante e inútil: já se viu o que Scott fez com a premissa há 40 anos, foi bom, muito obrigado. Agora prevalece, sobre qualquer espécie de visão, a lógica telenovelesca da “saga”, os rodriguinhos, o que é que encaixa onde e como — por certo um paraíso para nerds, geeks e coca-bichinhos da série. Para todos os outros, um tédio sem qualquer justificação. 

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