Centenas de pessoas marcham em defesa do clima e contra o petróleo

Iniciativa juntou centenas de pessoas em Lisboa e no Porto

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Miguel Manso

A exploração de petróleo no Algarve, a central de Almaraz, além do aquecimento global ou a poluição, são os principais motivos invocados por alguns dos participantes da Marcha pelo Clima para se juntar a esta iniciativa, que juntou algumas centenas de pessoas em Lisboa e mais de uma centena no Porto.

Em Lisboa, a concentração fez-se na Praça do Comércio, onde se foram juntando os participantes, desde cidadãos anónimos, a organizações não-governamentais, partidos políticos e algumas figuras públicas. Dali, seguiram para o Largo do Intendente.

No Porto, centena e meia de pessoas aderiram à marcha, exigindo o fim das concessões de prospecção e exploração de gás e petróleo na costa portuguesa e uma “resposta séria” às alterações climáticas.

“Vamos salvar o clima ou vamos ficar à espera?”, “Mudar o sistema, não o clima”, “Não ao furo, sim ao futuro” e “Empregos com dignidade, para o clima e a sociedade” eram alguns dos slogans dos cartazes empunhados pelos participantes, que ao princípio da tarde se concentraram na avenida dos Aliados e seguiram, depois, em marcha até à Ribeira.

Paula Sequeiros, da organização Colectivo Clima, um dos vários grupos promotores da marcha, alertou para a “contradição” do Governo português, ao “assumir compromissos com as cimeiras do clima, dizendo que se comprometia a baixar as emissões de gases de efeito de estufa”, ao mesmo tempo que autorizava concessões de explorações de gás e petróleo em Portugal.

Para a Colectivo Clima, suspensas que foram já seis concessões de exploração de petróleo e gás no Algarve, impõe-se agora “parar o furo de Aljezur [Algarve], que estava programado para iniciar a exploração já durante o mês de Abril”.

A exploração de petróleo no Algarve ou central nuclear de Almaraz foram, aliás, as causas mais invocadas pelas pessoas para justificarem a sua participação neste desfile. Em Portugal, o tema escolhido é a reivindicação da travagem da prospecção de petróleo e gás na costa de Aljezur e do fim dos contratos para exploração de hidrocarbonetos no país.

Além de Lisboa e do Porto, a Marcha Mundial pelo Clima realizou-se também em Aljezur, contra as políticas norte-americanas sobre combustíveis fósseis e contra a prospecção de petróleo na costa portuguesa.

Dezenas de associações da sociedade civil e vários políticos, como o PAN, o BE e “Os Verdes”, participam na organização desta iniciativa em Portugal, como tem acontecido nos últimos anos, juntando-se a todos aqueles que, em 25 países, vão exigir novas medidas para mudar o actual paradigma de exploração de combustíveis fósseis. Estes são responsáveis por grande parte das emissões de gases com efeito de estufa que resultam nas alterações climáticas e no aumento da frequência de fenómenos extremos, de precipitação ou de seca, de ondas de calor ou de frio.

A base da marcha internacional é a capital dos Estados Unidos, Washington, tendo como pano de fundo a condenação das políticas do presidente norte-americano, Donald Trump, que desvalorizam a defesa do clima.

 

 

 

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