Não era o que reunia maior número de nomeações, mas Cartas de Guerra, o filme de Ivo Ferreira baseado na correspondência trocada entre António Lobo Antunes e Maria José, então sua mulher, durante a Guerra Colonial, foi o que saiu com maior número de distinções dos Prémios Sophia, atribuídos esta quarta-feira numa cerimónia realizada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. A 11 nomeações corresponderam nove distinções, incluindo as de Melhor Filme, Melhor Realizador e Melhor Argumento Adaptado (Ivo Ferreira e Edgar Medina).

Cinzento e Negro, de Luís Filipe Rocha, que contava com 14 nomeações, venceu nas categorias de Melhor Actor Principal (Miguel Borges), Melhor Banda Sonora Original (Mário Laginha) e Melhor Argumento Original (Luís Filipe Rocha). Na cerimónia, organizada pela Academia Portuguesa de Cinema e em que o actor Ruy de Carvalho foi homenageado, aos 90 anos, com o Prémio Mérito e Excelência (na próxima segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entregará o Prémio Carreira à actriz Adelaide João e ao director de fotografia Elso Roque), Ana Padrão viu recompensada a sua participação em Jogo de Damas, de Patrícia Sequeira, com o prémio de Melhor Actriz Principal. Mudar de Vida, José Mário Branco, de Nélson Guerreiro e Pedro Fidalgo, foi o Melhor Documentário em Longa-Metragem, e Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, Urso de Ouro no Festival de cinema Berlim de 2016, Melhor Documentário em Curta-Metragem.

A Mãe é que Sabe, de Nuno Rocha, inscreveu-se no palmarés dos vencedores através de Manuela Maria e Adriano Carvalho, respectivamente Melhor Actriz Secundária e Melhor Actor Secundário. Sérgio Godinho e Filipe Raposo, compositores de Sobe o calor, tema de Refrigerantes e Canções de Amor, de Luís Galvão Telles, foram premiados pela Melhor Canção Original.

Além das categorias já referidas, Cartas de Guerra foi também distinguido nas de Melhor Montagem (Sandro Aguilar e Ivo Ferreira), Melhor Direcção de Fotografia (João Ribeiro), Melhor Som (Ricardo Leal), Melhor Guarda-Roupa (Lucha d’Órey), Melhor Direcção Artística (Nuno G. Mello), Melhor Maquilhagem e Cabelos (Nuno Esteves “Blues”).

Durante a cerimónia, foi ainda anunciada a criação dos Prémios Nico, dedicados aos novos valores do cinema português, e baptizados em homenagem a Nicolau Breyner, falecido em Março de 2016. Serão entregues anualmente no aniversário da Academia, em Julho.