Arguido dos vistos deixou 200 euros para secretárias comprarem perfumes, conta Jarmela Palos

“Disse-me que não sabia que marca elas usavam”, conta ex-director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras em tribunal.

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Jarmela Palos, ex-director do SEF (à esquerda) Enric Vives-Rubio

Jarmela Palos, ex-director do Serviço de Estrangeiro e Fronteiras, contou esta terça-feira em tribunal que o principal arguido do processo dos vistos gold deixou nos serviços, no Natal de 2013, dois envelopes com cem euros cada um.

O dinheiro deixado por António Figueiredo, que dirigia o Instituto dos Registos e Notariado, eram, segundo Jarmela Palos, igualmente arguido no processo, para as secretárias comprarem perfumes. “Disse que tinha deixado o dinheiro porque não sabia que marca usavam. Mostrei-lhe o meu desagrado”, relatou o ex-director do SEF em tribunal na segunda audiência do julgamento. Acusado de ter facilitado vários processos de aquisição de vistos ao ponto de nem sempre ter exigido todos os requisitos legais para os emitir, Jarmela Palos assegura que os 200 euros nunca chegaram às mãos das destinatárias: “Coloquei-os no cofre dos serviços durante algum tempo e depois devolvi-lhos”.

São 17 os arguidos que neste julgamento do caso dos vistos dourados respondem por crimes que vão desde a corrupção ao branqueamento de capitais, mas nesta segunda audiência apenas cinco se encontram presentes: o juiz que preside ao colectivo encarregue do processo dispensou-os de assistirem.

A sessão da manhã desta terça-feira ficou marcada por alguns desentendimentos entre o presidente do colectivo e o representante do Ministério Público, o procurador José Niza, com o primeiro a pôr em causa a relevância das perguntas feitas pelo segundo ao arguido Jarmela Palos.

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