PS aberto a analisar propostas orçamentais (também) do PSD

Carlos César garante que OE2017 contém a preocupação de “uma política activa do ponto de vista de captação do investimento” estrangeiro, apesar das “dificuldades externas”.

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Marcelo Rebelo de Sousa e os representantes do PS, na audiência sobre o OE 2017 Nuno Ferreira Santos

O presidente e líder parlamentar do PS garante que o partido governamental  tem “disponibilidade para aceitar propostas de qualquer partido, sem excepção, para melhorar o Orçamento do Estado para 2017”, incluindo do PSD que, se prepara para apresentar propostas de alteração ao documento, como anunciou Passos Coelho na entrevista ao PÚBLICO.

“Este orçamento foi feito de forma muito cuidadosa, com grande sentido de responsabilidade e transparência, para que a proposta ficasse muito próxima da versão final”, disse Carlos César aos jornalistas, à saída da reunião com o Presidente da República. Mas ressalvou que o grupo parlamentar está aberto a analisar os contributos que vão ser dados pelos restantes partidos.

Carlos César começou por salientar os condicionalismos do orçamento, a começar pelo enquadramento externo: “Há dificuldades diversas porque a procura externa está condicionada, a evolução da economia internacional é hoje muito comprometida, com instituições como o Fundo Monetário Internacional a fazerem revisões em baixa pela quinta ou sexta vez” este ano.

E também os internos: “Temos uma situação herdada da legislatura anterior de muita dificuldade no plano social e económico, assim como uma dívida pública vultuosa que envolve encargos muito comprometedores das disponibilidades para o investimento, quer também uma dívida empresarial elevada, de crédito malparado que envolve a banca”.

Nesta conjuntura espartilhada, César realçou que a proposta do OE  prossegue “com o entusiasmo possível” a linha de recuperação de rendimentos das famílias e do “sentido e eficiência do Estado Social”, elencando as áreas em que houve mais investimento.

O PS tinha também de levar a Marcelo Rebelo de Sousa alguma resposta às preocupações do Presidente quanto ao estímulo à economia, mas não foi muito longe: “O Orçamento dispõe de um conjunto de sinais e de medidas, como o programa Capitalizar, a despenalização fiscal em sede de IRC para o interior e medidas para as pequenas e médias empresas e vamos ter uma política mais activa de promoção externa e do investimento”.

César apontou, no entanto, para um conjunto de factores que permitirão descolar. “Estou convicto que, conjungando um orçamento que é também resultado da estabilidade politica, com um documento que cumpre os nossos compromissos externos, isso fará com que a confiança seja reforçada, e com a resolução dos problemas do sector financeiro, a par da disponibilização dos fundos estruturais, possamos ter um ano mais prometedor, do ponto de vista económico, do que 2016 e muito mais do que 2015”, afirmou.

Questionado sobre aquilo que o Bloco tinha chamado de “bloco central” no sistema financeiro, o presidente do PS desmontou a ideia, dizendo que a única aliança que houve “foi com o BE e o PCP com vista à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos”.

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