Cenas da luta de classes na sala de aulas

O Inimigo da Turma: um olhar severo sobre a escola.

Fotogaleria
O Inimigo da Turma: há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância
Fotogaleria
O Inimigo da Turma: há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância
Fotogaleria
O Inimigo da Turma: há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância
Fotogaleria
O Inimigo da Turma: há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância
Fotogaleria
O Inimigo da Turma: há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância

Um filme esloveno de 2013, que chega fora do tempo mas é suficientemente curioso para valer uma espreitadela. É um olhar severo sobre a escola, quase umas “cenas da lute de classes na sala de aulas”, que tem como principal virtude uma certa equidistância do ponto de vista. Se os professores, em particular o professor de Alemão (“et pour cause”...), são refractários à simpatia, na sua inflexibilidade e autoritarismo, há uma arrogância nos miúdos, misturada com ingenuidade e ignorância, que deixa o espectador um pouco perdido quanto ao que se pretende que seja o lugar dele, ao mesmo tempo que se evacua qualquer espécie de maniqueísmo.

Sobretudo a primeira parte, até ao suicídio de uma das alunas, desesperada com o bullying da própria instituição escolar, é singularmente fria e realista, com Rok Bicek a aproveitar bem a mecânica ritual das aulas e o carácter indistinto, pouco acolhedor, quase “prisional”, do espaço da escola. Depois, tempo de luto, abre a porta a uma lógica mais “lição de vida” (curiosamente através dos escritos de outro alemão, Thomas Mann), mais convencionalmente próxima do filme de aprendizagem ou de amadurecimento, e tudo se passa com menos surpresas. Mas deixa a ideia, no gelo com que retrata as relações de poder em curta escala, que o cinema esloveno está mais longe dos Balcãs do que da sua fronteira a norte, a “escola” austríaca.

Sugerir correcção
Comentar