Os refugiados e a conquista do Eliseu

Não é difícil perceber quem será o próximo inquilino do Eliseu: com a ajuda de Hollande, e da sua ineficácia a lidar com assuntos difíceis, Sarkozy poderá regressar à Presidência francesa nas eleições de 2017. Veja-se o exemplo de Calais: Sarkozy esteve ali por duas vezes, prometendo fechar o campo (o que agrada aos que nele se amontoam em condições desumanas) e, ao mesmo tempo, fechar fronteiras à vaga de refugiados (o que agrada à direita e à extrema-direita francesas). Por sua vez, Hollande, o Presidente em exercício, só agora visitou Calais, mas a cidade, não o campo de refugiados. Aliás, nem dele se acercou. Prometeu fechá-lo “até ao fim do ano”, enquanto Sarkozy prometera fechá-lo (se ganhar as eleições) até ao fim do Verão do ano que vem. Sarkozy exulta, Hollande hesita, até porque não terá respostas para o realojamento de tanta gente. Aos refugiados, em Calais e noutros campos, resta a espera e o sofrimento.

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