Futuro de Dilma decide-se na manhã de quarta-feira

Jornais brasileiros são unânimes em dizer que estão assegurados os 54 votos a favor da destituição.

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Dilma Rousseff pode perder a presidência na quarta-feira Uselei Marcelino/Reuters

O Senado brasileiro deverá votar a destituição ou não da Presidente brasileira  esta quarta-feira, disse o presidente do Supremo Tribunal, Ricardo Lewandowski, que conduz o processo, na abertura da sessão desta terça-feira.

"Na quarta-feira, na primeira hora possível, faremos o julgamento. Portanto, nossas previsões indicam que o julgamento se processará a partir da quarta-feira pela manhã", disse Lewandowski.

A sessão desta terça-feira, a segunda do julgamento de Dilma Rousseff, começou cerca das 15h (11h em Brasília), durante a qual os lados da acusação e da defesa de Dilma Rousseff apresentaram os seus argumentos. Os advogados Janaína Paschoal e José Eduardo Cardozo, respectivamente, falam meia hora cada um.

Seguiram-se os discursos dos senadores — inscreveram-se para falar 61, sendo concedido a cada um deles dez minutos. Uma verdadeira maratona.

Foi por isso que o presidente do Supremo Tribunal decidiu marcar para esta quarta o momento em que fará à câmara alta do Congresso a derradeira pergunta: "Cometeu a acusada, a senhora Presidente da República, Dilma Vanna Rousseff, os crimes de responsabilidade correspondentes à tomada de empréstimos na instituição financeira controlada pela União e à abertura de créditos sem autorização do Congresso Nacional, que lhes são imputados, e deve ser condenada à perda do seu cargo, ficando, em consequência, inabilitada para o exercício de qualquer função pública pelo prazo oito anos?"

O voto dos 81 senadores é nominal e aberto, contabilizado por um painel electrónico onde o resultado vai sendo somado. Basta que 54 senadores (maioria de dois terços) respondam "sim" para Dilma Rousseff perder o mandato. Os jornais brasileiros, que mantêm inquéritos de opinião sobre a intenção de voto de cada um deles, são unânimes em considerar que Rousseff vai perder a presidência.

Os media brasileiros dizem que este processo de votação sofreu pressões por parte de Michel Temer, Presidente interino desde a suspensão de Dilma. Temer, que era vice de Dilma Rousseff, vai participar, domingo e segunda-feira, na cimeira do G20 que se realiza na China, e quer sair do Brasil já depois de tomar posse, na condição de Presidente de facto e não interino.

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