Enfermeiros do Hospital de Viseu exigem 35 horas semanais

Os funcionários com contrato individual querem os mesmos horários de trabalho que os colegas com contrato de trabalho em funções públicas.

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De acordo com o sindicato o conselho de administração tem poder para alterar os contratos individuais Fernando Veludo/Arquivo

Cerca de meia centena de enfermeiros do Centro Hospitalar Tondela-Viseu concentraram-se esta quinta-feira junto à entrada principal do Hospital de Viseu para reivindicarem a aplicação das 35 horas semanais aos profissionais com contrato individual de trabalho.

Segundo Alfredo Gomes, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, metade dos cerca de 800 profissionais do Centro Hospitalar Tondela-Viseu encontra-se numa situação de contrato individual de trabalho e ainda no regime das 40 horas semanais.

"Pela lei deviam estar já a fazer 35 horas semanais, mas, na prática, e porque existe falta de pessoal, fazem muito mais horas, 40 ou 50, para que os serviços não fechem", disse o dirigente sindical à agência Lusa. Salientando que os cerca de 400 enfermeiros com contrato de trabalho em funções públicas já fazem 35 horas semanais, Alfredo Gomes frisa que o Centro Hospitalar Tondela-Viseu está a discriminar os outros profissionais, "potenciando os conflitos laborais nos serviços e dificultando a prestação de cuidados de enfermagem em equipa".

De acordo com o dirigente sindical, o conselho de administração tem poder para alterar os contratos individuais de trabalho para as 35 horas semanais, tendo sido entregue um requerimento nesse sentido.

Alfredo Gomes referiu que o ministério da Saúde, no início do verão, retirou da discussão com os enfermeiros a questão da redução horária, devido à eventualidade de Portugal ser multado pela União europeia por défice excessivo.

"Como isso não se verificou, já não há motivo para não voltar a ser discutido", refere o sindicalista, salientando que os enfermeiros vão aguardar por uma reunião em Setembro com a tutela e manter as greves semanais previstas.

Caso a tutela se mantenha "irredutível", o dirigente disse que os enfermeiros vão continuar e agudizar a luta, cujas acções serão discutidas em plenário.

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