Julho é mês da Argentina em Lisboa

Três acontecimentos distintos têm o foco numa entidade relativamente desconhecida do comum espectador português: o cinema argentino.

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Cuerpo de Letra, de Julián d’Angelillo, é um título em destaque no Festival de Cinema Argentino (de 29 de Junho a 3 de Julho, S. Jorge)

São três acontecimentos distintos mas todos eles têm o foco numa entidade relativamente desconhecida do comum espectador português: o cinema argentino. Primeiro, no São Jorge, o Festival de Cinema Argentino, a realizar-se entre 29 de Junho e 3 de Julho, traz um levantamento da produção recente, com dez longas-metragens e quatro curtas, todas produzidas no último par de anos, incluindo vários títulos com reputação no circuito internacional dos festivais – casos de Paulina, de Santiago Mitre (prémio FIPRESCI em Cannes 2015), ou de Cuerpo de Letra, de Julián d’Angelillo, que integrou a selecção oficial, com fama de ser das mais exigentes, da Viennale (em Viena) na sua edição 2015. 

Poucos dias depois, a partir de 6, chega à Cinemateca o grande Edgardo Cozarinsky, realizador com obra feita entre o seu país natal e a França, e também crítico e escritor. Cozarinsky é o “realizador convidado” pela Cinemateca em Julho, irá apresentar vários filmes seus (entre outros, o magnífico La Guerre d’un Seul Homme, baseado em Ernst Jünger) e, numa espécie de “carta branca”, uma escolha de filmes de outros cineastas subordinada a um tema, “Uma Exploração da Noite”, onde há lugar para Renoir (La Nuit du Carrefour) ou para Jules Dassin (Night and the City), entre outros. Finalmente, ainda na Cinemateca, e contando também com Cozarinsky como cicerone para as primeiras sessões (que começam dia 12), um programa de oito títulos virado para a história do cinema argentino, dos anos 30 aos anos 70. Os melodramas de Hugo del Carril (Mas Allá del Olvido) ou de Alberto Zavalia (Escala en la Ciudad), o peculiar noir argentino de Carlos Hugo Christensen (Si Muero antes de Despertar), a comédia de costumes de Luis Saslavsky (Historia de una Noche), pedras preciosas colhidas na época clássica do cinema argentino, dialogam com os mais modernos – e talvez mais conhecidos – Leopoldo Torre-Nilsson (El Secuestrador) e Leonardo Favio (Soñar, Soñar), num programa que tem tudo para ser uma revelação.

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