O provocador Donald Trump levou esta sexta-feira para San Diego, na fronteira entre os EUA e o México, a sua polémica proposta dedicada aos imigrantes e que passa pela deportação de 11 milhões de pessoas em situação ilegal no país e pela construção de um muro “grande e lindo”. Foi recebido com protestos. Segundo a Reuters, mais de mil pessoas agitando bandeiras dos EUA e do México estiveram no exterior do Centro de Convenções de San Diego, enquanto o mais que provável candidato do Partido Republicano à Casa Branca discursava lá dentro. Os confrontos entre apoiantes e opositores, que trocaram insultos e atiraram garrafas de água pelo ar aconteceram na rua, sem registo de feridos. A polícia fez 35 detenções.

“Foi um trabalho fantástico da polícia que lidou com os bandidos que tentaram perturbar o nosso pacífico e concorrido comício”, escreveu Donald Trump no Twitter, após os confrontos. O magnata do imobiliário decidiu deslocar-se à cidade na fronteira com o México, onde cerca de um terço de habitantes é latino, com a sua provocatória mensagem sobre a imigração ilegal. Segundo a Reuters, o ambiente no interior do Centro de Convenções era pacífico. Porém, cá fora, cerca de mil pessoas marchavam e protestavam com cartazes a criticar a mensagem contra a imigração ilegal. Quando o comício acabou, apoiantes e opositores encontraram-se no exterior, atirando garrafas de água uns aos outros. Foram separados e dispersaram após a intervenção da polícia.

A polémica vem desde o ano passado, quando Trump fez o diagnóstico dos principais problemas do país e concluiu que, no topo da lista, estão os imigrantes que entram ilegalmente pela fronteira mexicana. "Eu gosto do México. Eu gosto do povo mexicano. Faço negócios com mexicanos. Mas há pessoas, vindas de todos os lados, a entrarem por lá. E são maus. São mesmo maus", disse em Junho de 2015. "Há gente a chegar, e não estou a dizer que são só mexicanos, que são traficantes, assassinos, violadores." E prometeu que, se for eleito Presidente dos EUA, construirá um muro longo, a acompanhar toda a fronteira.

A mensagem entrou na campanha de Trump. Nas várias acções do candidato, os apoiantes já terão adoptado o cântico “Build the Wall” [construir o muro]. Porém, esta ideia não conta com apoio no partido, consciente do peso do eleitorado latino. Enquanto isso, Donald Trump não desiste e vai somando delegados nas primárias republicanas para ser nomeado o candidato oficial à Casa Branca, mas também vai somando protestos.

Donald Trump atingiu esta quinta-feira o número suficiente de delegados para ser o candidato oficial do Partido Republicano nas eleições para a presidência dos EUA, marcadas para 8 de Novembro. Apesar de faltarem ainda cinco votações nas primárias, o magnata passou a contar com o apoio de pelo menos 88 delegados "livres" e chegou aos 1238 – um a mais do que os 1237 necessários.

A nomeação de Trump era um dado adquirido, já que passou a ser o único candidato nas primárias do Partido Republicano desde o início de Maio, com o fim das campanhas do senador Ted Cruz e do governador John Kasich.

Apesar disso, um candidato só passa a ser reconhecido como o representante oficial do Partido Republicano ou do Partido Democrata durante a fase das eleições primárias depois de cumprir dois requisitos – primeiro tem de conquistar um número pré-estabelecido de delegados (1237 no Partido Republicano e 2383 no Partido Democrata) e depois é nomeado sem contestação na convenção nacional do seu partido. com agências