2017, ano Yves Saint Laurent de Paris a Marraquexe

Dois museus, um em Marrocos e outro em Paris, serão inaugurados no Outono do próximo ano para mostrar a obra e os espaços favoritos do costureiro francês.

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Yves Saint Laurent no seu atelier, em Setembro de 1961: o estúdio do costureiro no número 5 da Avenue Marceau vai pela primeira vez estar acessível ao público AFP
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Le Smoking reinventou o vestuário masculino para as mulheres REUTERS
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Um dos vestidos da colecção Mondrian AFP
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Em 2002, Saint Laurent foi homenageado com um desfile retrospectiva no Centre Pompidou, onde foi saudado pela modelo Laetitia Casta e pela estrela e amiga Catherine Deneuve JEAN-PIERRE MULLER/afp
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Um dos Mondrian de Saint Laurent, na época em que foi leiloado Luke MacGregoR/REUTERS
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Um dos vestidos da colecção Mondrian, que foi a leilão CARL COURT/AFP
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O projecto do Musée Yves Saint Laurent Marrakech (mYSLm) studio OK
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Jack Dabaghian/REUTERS

O próximo ano será o ano Yves Saint Laurent – dois museus com o nome do histórico costureiro de peças únicas e artista do pronto-a-vestir emancipador da mulher vão nascer no Outono de 2017. Um em Paris, outro em Marraquexe. Um na sua casa de sempre, a Fondation Pierre Bergé-Yves Saint Laurent, que reabrirá como museu dedicado à vida e obra do companheiro de Bergé em Paris, outro em Marraquexe, cálida localização da segunda casa do designer de moda onde um projecto arquitectónico do Studio KO está já a despontar.

Saint Laurent, autor do Le Smoking feminino (1966), das colecções que até hoje inspiram os nossos verões (como a Safari, só para dar um exemplo) ou de vestidos que se tornaram emblemas do cruzamento entre artes plásticas e moda (o Mondrian, de 1965), morreu em 2008 com um tumor cerebral. O seu sócio e companheiro de vida encarregou-se desde então de gerir o seu legado e a sua colecção, quatro décadas de vestuário que agora se dividirão entre França e Marrocos.

Tudo sobre Yves

Bergé será o curador do museu parisiense, onde ficarão expostas cerca de 70 peças do vasto arquivo da Fundação – uma selecção rotativa feita a partir dos cerca de cinco mil exemplares de alta-costura e 15 mil acessórios do costureiro francês. As obras no local duplicaram o espaço expositivo e recuperaram salas emblemáticas que até agora só os funcionários e os amigos próximos conheciam. Os visitantes terão pela primeira vez acesso ao estúdio e aos salões de alta-costura, bem como a milhares de esboços, fotografias e objectos ligados à actividade do antigo aprendiz de Christian Dior, como os blocos de notas onde cada peça e a sua cliente são listados. Princesas, estrelas de cinema, ícones, as horas que cada peça demorou a fazer, bilhetes de identidade de várias eras juntam-se a protótipos de vestidos e outras peças valiosas que resultam de um esforço de conservação pensado desde o início da actividade, como confirma Pierre Bergé ao jornal especializado Women’s Wear Daily: “Nenhuma das outras casas o fazia… Eu fi-lo desde o primeiro dia porque acreditava que Yves Saint Laurent seria o maior costureiro do final do século XX."

No estúdio estarão também os reconhecíveis óculos de massa preta de Saint Laurent, residentes permanentes do primeiro piso do número 5 da Avenue Marceau, onde trabalhou durante 30 anos.

Entrevista a Pierre Bergé: Um homem de negócios, de esquerda, homossexual, implicado e de sucesso. E quanto! 

Já na Rue Yves Saint Laurent, em Marraquexe, ficarão cerca de 150 peças, 50 das quais em exposição rotativa, mas haverá mais espaço para uma programação variada – a primeira exposição será dedicada ao pintor Jacques Majorelle. O novo edifício projectado pelo atelier de arquitectura francês Studio OK contemplará, no interior da sua tessitura pensada para evocar a construção de um vestido couture, um espaço expositivo de 400 metros quadrados concebido por Christophe Martin, uma biblioteca para investigação com cerca de cinco mil livros e um auditório com 130 lugares.

No total, o Musée Yves Saint Laurent Marrakech (mYSLm) terá uma área de cerca de quatro mil metros quadrados numa das cidades que mais inspirou o costureiro; as suas cinzas foram aliás depositadas no Jardim Majorelle, onde ainda em vida criou um museu dedicado à cultura berbere.

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