Cinco activistas angolanos acusados de destruir bens públicos

Acção de solidariedade marcada para Lisboa no dia 5 de Maio. Ana Gomes e José Eduardo Agualusa entre os promotores.

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Manifestação de solidariedade para com os activistas em Março, em Lisboa Miguel Manso

Cinco dos 17 activistas condenados a penas de dois a oito anos de prisão por tentativa de golpe contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, foram acusados de destruição de bens públicos na prisão.

"Benedito Jérémias, Afonso Matias Mbanza Hanza, Arante Lopes Kivuvu, Albano Evaristo Bingo e Manuel Nito Alves são acusados de destruir bens públicos", indica um comunicado dos serviços criminais angolanos.

A acusação diz respeito a coisas destruídas no período de tempo em que os cinco activistas estiveram detidos preventivamente, entre Junho e Dezembro de 2015, enquanto esperavam pelo julgamento, disse um dos acusados, Nito Alves, citado pela AFP. O activista negou as acusações.

Nito Alves denunciou as condições de detenção dos seus camaradas, afirmando que "dormem no pátio da prisão" por motivos de segurança e para não estarem misturados "com criminosos perigosos".

Os 17 activistas foram detidos em Junho de 2015 e foram acusados de preparar um golpe de Estado contra José Eduardo dos Santos, que anunciou que sairá da política em 2018.

Uma acção de solidariedade para com os activistas foi entretanto marcada para 5 de Maio, à noite, no Fórum Lisboa (avenida de Roma). A iniciativa partiu de uma comissão promotora que integra, entre outros, a eurodeputada Ana Gomes, a editora Bárbara Bulhosa, o médico João Semedo e o escritor José Eduardo Agualusa.

Cerca de 250 pessoas – artistas, políticos, jornalistas, entre outros – juntaram-se à iniciativa assinando um documento que denuncia a "flagrante violação dos valores e princípios da democracia, do estado de direito e dos direitos humanos que está a verificar-se em Angola no processo que condenou 17 jovens activistas".

"Razão suficiente para nos juntarmos e promovermos uma sessão pública em defesa dos direitos políticos em Angola e pela libertação e absolvição, como pede o recurso judicial, dos 17 activistas detidos."

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