Pelo menos 28 pessoas morreram, entre as quais uma bebé de dez dias, quando ruiu um bloco de apartamentos de 17 andares na cidade de Tainan, em resultado do sismo de magnitude 6,4 que atingiu a ilha de Taiwan no sábado à noite.

Os andares caíram uns em cima dos outros e o próprio edifício Dragão Dourado Wei-guan tombou para trás quando a terra tremeu, às 3h57 (hora local, 20h em Lisboa). Levantam-se muitas suspeitas sobre a qualidade da construção – a empresa que o construiu já não existe – com media locais a relatar que foram encontradas latas vazias e esferovite onde devia haver tijolos, diz o jornal chinês em língua inglesa South China Morning Post.

Não seria novidade: no terramoto de Setembro de 1999 em que morreram mais de 2400 pessoas e 100 mil ficaram desalojadas, foram identificados múltiplos problemas de construção de má qualidade. Além de vigas de aço sem capacidade para aguentar o peso e as forças a que estavam sujeitas, também eram usados recipientes vazios a fazer de tijolos.

Desta vez, colapsaram nove edifícios em Tainan, uma cidade de dois milhões de habitantes, e cinco ficaram bastante inclinados. Mas o caso mais grave foi este complexo residencial de 96 apartamentos, onde viviam 256 pessoas. Já foram salvas 240 sobreviventes, mas julga-se que estivessem lá mais pessoas no momento do sismo, porque se comemorava a chegada do Ano Novo Chinês. As autoridades continuam a focar os esforços de buscas e salvamento neste local.

O epicentro do sismo foi 43 km a Sudeste de Tainan, e a profundidade de 23 km, anunciaram os serviços geológicos norte-americanos.