Militares de navio da Marinha com sintomas suspeitos não têm tuberculose

Guarda-marinha angolana continua internada no Hospital Curry Cabral “em estado estável”. Dois elementos que estiveram a fazer exames já foram para casa.

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Militares que estão a bordo do navio Dom Carlos I ainda esperam resultados dos exames. Nelson Garrido

Os dois militares que seguiam no navio hidrográfico Dom Carlos I, da Marinha Portuguesa, e apresentavam sintomas suspeitos não estão com tuberculose. Os tripulantes, que estavam internados desde esta terça-feira no Hospital das Forças Armadas para realizar exames, já tiveram alta e regressaram a casa. A informação foi anunciada pela Marinha num comunicado divulgado nesta quarta-feira.

“Os militares que apresentavam sintomas considerados suspeitos foram submetidos a exames, os quais indicaram um resultado negativo no que diz respeito à possibilidade de terem tuberculose activa, entretanto já regressaram a casa”, refere a nota.

Ainda não se sabe quais os resultados do rastreio realizado a bordo da embarcação que obrigou à retenção dos restantes 32 militares que estavam a bordo do navio, adiantou ao PÚBLICO a tenente Maria Martins, que explica que os resultados devem ser conhecidos mais tarde. “Ninguém apresenta sintomas suspeitos, fizemos o rastreio só por prevenção”, realça a porta-voz.

Na nota, a Marinha sublinha que “o único caso até agora confirmado com tuberculose pulmonar bacilífera” é de uma guarda-marinha angolana, que se encontra internada, em isolamento respiratório, no serviço de infecciologia do Hospital Curry Cabral “em estado estável”.

O navio, que se preparava para integrar um exercício da NATO-TRIDENT JUNCTURE, regressou à Base Naval de Lisboa, onde as autoridades sanitárias da Marinha e uma equipa do Hospital das Forças Armadas estão a fazer o despiste de toda a tripulação.

A tuberculose, como explica a Direcção-Geral da Saúde (DGS), é uma doença causada pelo Mycobacterium tuberculosis, transmissível por via aérea. A prevenção da tuberculose em populações vulneráveis e o diagnóstico e tratamento precoce do doente são passos fundamentais no controlo da doença no país.

A tuberculose tem vindo a diminuir de forma consistente em Portugal e os dados relativos a 2014 indicam que, pela primeira vez desde que há registos, o país ficou abaixo da barreira, tida como “linha vermelha”, dos 20 novos casos por 100 mil habitantes. Portugal era, até ao momento, o único país da Europa Ocidental com níveis de incidência de tuberculose superiores a este valor, que corresponde ao limiar de baixa incidência definido internacionalmente.

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