Caixabank diz que está a analisar "posição estratégica" no BPI

Após o falhanço da OPA, o banco espanhol pondera "rever as alternativas estratégicas".

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O Caixa Bank lançou a 17 de Fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI. Albert Gea / Reuters (arquivo)

O administrador executivo do Caixabank afirmou hoje que o banco catalão está a analisar a sua posição estratégica como principal accionista do BPI e recordou que dois terços do capital do banco português queria o sucesso da OPA lançada em Fevereiro.

Em conferência de imprensa para apresentar os resultados semestrais do Caixabank, em Barcelona, Gonzalo Gortázar abordou a OPA lançada em Fevereiro pelo banco catalão sobre os 55% do capital que não detém no BPI.

"A proposta foi objecto de diferentes considerações. Convocou-se uma assembleia de accionistas para ver se se aprovava a eliminação da limitação aos direitos de voto - uma condição que tínhamos imposto como lógica para tomar o controlo e aplicar um programa de sinergias. Recordo que dois terços do capital votaram a favor que se eliminasse a limitação dos direitos de voto", disse o administrador executivo do Caixabank.

No entanto, recordou, "com as regras específicas nos estatutos do BPI isso não foi suficiente".

"Não foi suficiente porque os nossos votos não contavam e tínhamos de chegar a 75% do capital. Dois terços do capital queriam ir por um caminho, mas isso não foi possível. E como não foi possível, naturalmente que o aceitamos", realçou.

Por isso mesmo, acrescentou Gonzalo Gortázar, o Caixabank está agora a "rever as alternativas estratégicas" relativamente ao investimento no banco português.

"O que formos analisando em relação ao nosso investimento no BPI temos de o fazer de uma forma cuidadosa, que fica para nós, e não especular mais sobre o BPI. O banco acaba de apresentar bons resultados, tem uma boa posição - mas obviamente também tem coisas por fazer. Continuaremos a apoiar para que o BPI possa alcançar as suas metas e criar o máximo valor para os seus accionistas", salientou o responsável do banco catalão.

No entanto, deixou uma ressalva: "Mas como disse, sobre a nossa posição vamos analisar as alternativas estratégicas e quando tivermos esse processo concluído actuaremos num sentido ou noutro".

O Caixa Bank lançou a 17 de Fevereiro uma OPA sobre a totalidade do capital do BPI a 1,329 euros por acção, um preço considerado baixo pela administração do banco português.

O banco colocou como condição essencial para a OPA a eliminação do limite dos direitos de voto" imposto ao banco catalão. Apesar de deter mais de 44% das acções do BPI, os estatutos do banco português indicam que os catalães apenas tinham 20% dos direitos de voto em assembleia-geral de accionistas.

Duas semanas depois, Isabel dos Santos avançou uma proposta alternativa de fusão entre o BPI e o BCP.

Os accionistas do BPI viriam a chumbar a desblindagem dos direitos de voto e o Caixabank desistiu da oferta a 18 de Junho.

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