As marcações cerradas nas listas de deputados

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A Lei do PSD irá cortar em 20% as subvenções face à última campanha eleitoral autárquica Nelson Garrido

Com o anúncio dos cabeças de lista da coligação, encaixam-se as estratégias de combate eleitoral dos dois principais adversários às eleições de 4 de Outubro.

Guerra dos Tronos em Lisboa
Portugal não é só Lisboa, mas é a capital que está definida como campo de batalha dos líderes. António Costa e Passos Coelho são aqui os cabeça-de-lista do PS e da coligação. Mas o social-democrata conta com Paulo Portas como reforço. O líder do CDS é o segundo da lista da direita. A 4 de Outubro se verá se o ex-líder Ferro Rodrigues, e os independentes Mário Centeno e Helena Roseta foram apostas socialistas suficientes para enfrentar o peso dos dois líderes partidários da direita.

A força do aparelho no Porto
A lista da coligação irradia confiança. À cabeça estão os dois homens do PSD no Porto. Depois do ministro da Defesa Aguiar-Branco vem Marco António Costa. À convicção da direita, de que bastam os nomes fortes do aparelho para fazer boa figura nas eleições, responde o PS com a apresentação do independente Alexandre Quintanilha como cabeça de lista. Mesmo assim, também no PS se entrevê a lógica do aparelho, com o líder distrital – José Luís Carneiro – em segundo na lista.

As mulheres não são de Vénus, são de Leiria
A coligação apresenta como cabeça de lista a actual secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais. A social-democrata partilha a lista com a centrista Assunção Cristas, ministra da Agricultura e do Mar, vista como potencial sucessora de Paulo Portas. As duas governantes terão a oposição de uma histórica do PS e da presença nacional na União Europeia. Margarida Marques, actualmente em Bruxelas, como funcionária da Comissão Europeia, já foi Chefe da Representação da Comissão Europeia em Portugal. O que faz desta ex-secretária-geral da JS uma forte candidata a fazer parte de um Executivo de Costa.

O futuro enfrenta-se em Aveiro?
Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e João Almeida. Em Aveiro enfrentar-se-ão como cabeças-de-lista duas personalidades tidas como apostas de futuro dos dois principais partidos. O socialista Pedro Nuno Santos, líder distrital, deputado e ex-líder da JS, há muito que junta à sua volta o grupo dos "jovens turcos" apontados como a geração seguinte de líderes socialistas. Costa dá-lhe espaço para descolar (nestas eleições e provavelmente num seu executivo). O social-democrata Luís Montenegro – que foi o líder parlamentar estes quatro anos – aspira também a chegar à liderança do PSD. E também neste distrito, o primeiro nome centrista tem curriculum para aspirar a algo. João Almeida, que foi líder da juventude daquele partido, pega na bandeira centrista num distrito que já foi a praia de Paulo Portas.

Capital dos peritos
Quando chegou ao Governo, Jorge Moreira da Silva foi apresentado como um perito. Mas o seu currículo como consultor de organizações internacionais na área da energia e ambiente, nomeadamente nas Nações Unidas e Comissão Europeia, só foi possível graças às suas ligações com o PSD. Antes fora líder da JSD, deputado e eurodeputado. Um percurso ligeiramente diferente de Caldeira Cabral, que chega a cabeça de lista depois de ter sido assessor do Ministro das Finanças do XVIII Governo e assessor do Ministro da Economia e Inovação do XVII Governo. Actualmente é professor de Economia na Universidade do Minho. Fez parte do grupo de 12 economistas a quem António Costa solicitou a preparação do cenário macro-económico que antecedeu a elaboração do programa eleitoral do PS.

Administração em Viseu
Neste distrito, as duas principais forças políticas vão tentar colocar em disputa os seus sucessos políticos. O secretário de Estado da Administração Local, Leitão Amaro, é o símbolo da reforma e do emagrecimento autárquico do actual Governo, com a redução do número de freguesias (que herdou do seu antecessor, Paulo Júlio), do superavit orçamental do sector. O senão é que essas reformas se fizeram quando este social-democrata não estava ainda no ministério. De seu pode reclamar uma fatia importante na diminuição no número de dirigentes e de membros de gabinetes no sector. Por seu turno, o PS apresenta Maria Manuel Leitão Marques, que foi a secretária de Estado responsável pela implementação do Simplex.

Peso político em Setúbal
A actual maioria não precisou de se esforçar muito para escolher o cabeça-de-lista neste distrito. Maria Luís Albuquerque repete o primeiro lugar da lista de 2011, agora tendo no currículo o cargo das Finanças. Do lado do PS, Ana Catarina Santos será a sua adversária directa. Em comum têm a característica do respectivo peso político que resulta da proximidade aos líderes dos dois principais partidos. A socialista foi a coordenadora da campanha interna que colocou Costa na liderança do PS. O seu currículo está centrado no Parlamento, já com muitos anos de vice-lideranças. Resta saber se esse é o perfil certo para capitalizar o hipotético descontentamento contra a imagem da austeridade da ministra das Finanças.

Estreias em Santarém
No espaço de uma legislatura, Teresa Leal Coelho, chega a cabeça de lista. A proximidade em relação ao líder - em 2001 fundou com Pedro Passos Coelho o movimento Pensar Portugal - explica a ascensão, que começou em 2011, quando se candidatou pela primeira vez, atrás de José Pedro Aguiar-Branco no Porto. Desta vez assume a disputa eleitoral em Santarém para enfrentar outra cara nova no distrito. Mas que acumula peso político e currículo. O ex-ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, candidata-se por este círculo, depois de já ter encabeçado listas socialistas em Setúbal e em Braga.

Duelo de vice-reitoras em Coimbra
Foi na Universidade que as duas principais candidaturas foram buscar as suas cabeças de lista. A coligação apresentou a independente Margarida Mano, vice-reitora da Universidade de Coimbra. Doutorada em Gestão pela Universidade de Southampton e Professora Auxiliar da Faculdade de Economia, especialista em Gestão Estratégica, Qualidade na Administração Pública e Modelos de Governação na Educação, tem como adversária Helena Freitas, professora Catedrática do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da mesma Universidade. E que acumula com as funções de vice-reitora.

Recursos algarvios
Tanto a maioria como o PS foram buscar ao Algarve dois cabeças-de-lista habituados a trabalhar sobre os recursos endógenos de Portugal. O independente José Carlos Barros encabeça a lista da coligação depois de ter passado pela câmara de Vila Real de Santo António como vice-presidente e de ter acumulado direcções regionais ligadas ao ambiente e território. Por seu turno, o PS virou para o mar, escolhendo o actual presidente da Docapesca, Portos e Lotas para cabeça-de-lista. José Apolinário foi também secretário de Estado das Pescas e Director Geral das Pescas e Aquicultura já depois de ter liderado a JS.

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