Governo aprova recondução de Carlos Costa

Renovação de mandato do governador do Banco de Portugal foi aprovada nesta quinta-feira em Conselho de Ministros.

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Carlos Costa lidera o Banco de Portugal desde 2010 REUTERS/Rafael Marchante

O Governo aprovou nesta quinta-feira a recondução de Carlos Costa à frente do Banco de Portugal. Confirma-se, assim, a renovação do mandato do governador, que já tinha obtido luz verde na Assembleia da República.

A decisão foi anunciada pelo ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros. Questionado sobre a unanimidade da decisão, o governante afirmou que “todas as decisões do Conselho de Ministros são assumidas por todos os ministros e são sempre decisões do Governo no seu todo”.

O novo mandato de Carlos Costa, que assumiu pela primeira vez a liderança do Banco de Portugal em 2010 por indicação do Governo PS encabeçado por José Sócrates, foi confirmado pelo Governo no final de Maio, depois de muita especulação em redor do seu sucessor. Chegaram, aliás, a ser referidos os nomes de António Varela, actual administrador da instituição, e de José de Matos, presidente da Caixa Geral de Depósitos.

O executivo optou, no entanto, por manter Carlos Costa no cargo, apesar dos estilhaços causados pelo colapso do Grupo Espírito Santo. A 28 de Maio, também em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Marques Guedes veio afirmar que o trabalho do governador nesta área “permitiu uma acção de supervisão como no passado não existia”, destacando que o responsável “tem o perfil e o conhecimento adequados para prosseguir o trabalho que desenvolveu”.

Nesta quinta-feira, o secretário-geral do PS, António Costa, afirmou que a decisão do Governo de aprovar um novo mandato de Carlos Costa, como governador do Banco de Portugal, não teve a "concertação mínima" que tem sido habitual.

"Nós já tivemos oportunidade de dizer que consideramos absolutamente lamentável que, a três meses de eleições, se tenha a procedido nomeação de uma pessoa para liderar uma instituição que tem de estar acima de qualquer dúvida, que tem de ser uma marca de imparcialidade, de isenção e de confiança dos portugueses, sem que isso tenha sido objecto da concertação mínima, como deveria ser e como tem, tradicionalmente, sempre acontecido", disse.

António Costa, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao porto de Sines e depois de ser conhecida a decisão do Conselho de Ministros, afirmou também que o governador do Banco de Portugal está a cometer um erro grave.

"É um gravíssimo erro do senhor governador achar que basta ter a confiança da ministra das Finanças e do primeiro-ministro para merecer a confianças dos portugueses. E hoje, mais do que nunca, era fundamental que os portugueses pudessem ter uma confiança plena no Banco de Portugal e no seu governador", disse o líder socialista.

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