Carlos César admite revisão da prisão preventiva

Presidente do PS admitiu não apoiar qualquer candidato a Belém

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O líder do grupo parlamentar falou esta tarde em Ponta Delgada Pedro Cunha

Foi numa entrevista à Antena Um e o reconhecimento veio no seguimento do processo que levou à detenção do ex-primeiro-ministro, José Sócrates.

O presidente do PS, Carlos César, sugeriu a revisão à lei, depois de afirmar que não considerava normal que cidadãos estivessem detidos tanto tempo sem acusação. Depois de reconhecer que “não será o único caso”, admitiu a possibilidade de alterar a lei. “É necessário fixar prazos, haver uma indiciação, um grau de suspeita, que sejam proporcionais às medidas de coacção, às medidas restritivas”, afirmou.

A entrevista serviu ainda para o dirigente do PS abrir a porta à não indicação de voto nas próximas presidenciais. “Imagine que três ou quatro dirigentes máximos do Partido Socialista resolviam candidatar-se à Presidência da República: não nos envolveríamos num processo fratricida”, afirmou, sublinhando essa ser uma posição pessoal

Ainda assim, perante o actual quadro de candidatos, César defendeu o apoio ao ex-reitor da Universidade de Lisboa. “Eu, se as eleições presidenciais fossem hoje, teria com certeza a minha opinião”, disse. Questionado pela Antena 1 se a sua opção apontaria para os candidatos às presidenciais já anunciados, e se seria Sampaio da Nóvoa, Carlos César confirmou que “sim”.
O dirigente socialista abordou ainda as próximas legislativas para se mostrar confiante na “dinâmica inevitável de voto útil em torno” do PS, sublinhando que se vai perceber que é a “única alternativa à esquerda”. A este propósito, apontou “a dispersão de votos que hoje existe pelo Partido Comunista Português, que se transformou no partido útil de direita”. “Dar um voto ao Partido Comunista é emprestar um voto à direita, o mesmo acontece com o Bloco de Esquerda”, sustentou. Ou seja, para Carlos César, votar nos comunistas é “empatar o capital político da esquerda, porque o Partido Comunista se inutilizou no plano político”. “O Bloco de Esquerda teve um ataque de terror com as últimas sondagens, quando percebeu que havia uma situação de empate técnico entre o Partido Socialista e a coligação de direita, percebeu que essa dinâmica de voto útil era imparável e apressou-se a dizer o que não dizia há anos, que colaboraria ou se empenharia na existência de um Governo de esquerda”, acrescentou.

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