Convento de S. Francisco não vai “sugar a energia da actividade cultural da cidade”

Presidente da câmara de Coimbra, Manuel Machado, garantiu que a articulação com os agentes culturais será feita.

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Câmara de Coimbra

Há muito aguardada, a apresentação do Plano Estratégico Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento (CCEC) de S. Francisco, decorreu nesta sexta-feira, numa área daquele espaço, onde o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Manuel Machado, garantiu que a estrutura não vai “esvaziar os outros equipamentos da cidade” nem irá “sugar a energia a nenhum agente cultural”. O autarca lembrou que o futuro centro constitui um “gigantesco activo para a cidade, cuja rentabilização é um desafio”.

Depois de, em declarações ao PÚBLICO, alguns agentes culturais terem expressado preocupação com a abertura de uma estrutura com aquela dimensão — “no total, é como se juntássemos toda a área coberta da Casa de Serralves à Cadeia da Relação e se lhe somasse, ainda, dois teatros Rivoli”, disse o autarca — Manuel Machado procurou descansar os agentes e apontou para a necessidade “de ir distribuindo as actividades por critérios lógicos de adequação e de interesse comum”. “Alargámos o leque de pessoas a ouvir, e continuaremos a fazê-lo nos próximos meses”, asseverou.

Apresentado pelo coordenador do projecto para o CCEC, João Aidos, o plano estratégico assenta em três vertentes. Como centro cultural, o convento terá um programa educativo, um expositivo, um de artes performativas e música e ainda um programa de residências artísticas. Para além de se planear que venha a acolher convenções, o espaço servirá como welcome center, programado para receber eventos turísticos.

O presidente da autarquia realçou o papel de complementaridade do novo equipamento. “Todos são espaços, todos são agentes, todos empreendem eventos culturais que se complementam e caracterizam” a identidade da cidade e “que abrem Coimbra ao mundo e que trazem mais mundo a Coimbra”, declarou.

Também orador na conferência, o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, reforçou a necessidade de realizar um trabalho de complementaridade entre espaços, “para o qual a UC está disponível”. “Este equipamento é maior do que a cidade”, sublinhou o reitor, que considera que “a ambição tem de extravasar a cidade, a região e o país”.

“O que temos de interessante para oferecer às pessoas é o património cultural”, disse.
Na mesma linha, o secretário de estado do desenvolvimento regional, Manuel Castro Almeida, realçou a importância dos recursos locais, como é o caso do património histórico, para a atracção turística. “Quando se pensa em desenvolvimento em Portugal, pensa-se em estruturas como fábricas e portos”, afirmou o governante, lembrando também que se deve “pensar os recursos que cada território tem, para potenciar todas as parcelas”. Estes recursos “não são facilmente transferíveis nem replicáveis”, realçou.

Relativamente ao equipamento, Castro Almeida acredita que Coimbra tem “um problema e uma oportunidade”. Oportunidade pela escala do Convento, problema pela vertente da sustentabilidade. “Não há muito espaço para financiar o funcionamento do edifício com fundos europeus, pelo que vai depender da capacidade do Convento de gerar receita e do orçamento municipal”, avaliou.

No discurso, Manuel Machado lembrou ainda que “a definição do modelo estratégico vai beneficiar muito” da colaboração e contributos recebidos. Está previsto que as obras no Centro de Convenções e Espaço Cultural do Convento de S. Francisco estejam terminadas no último dia de 2015, sendo que a autarquia ainda não avançou uma data para a inauguração.

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