Misericórdia tem 50 mil euros para estudar a esclerose lateral amiotrófica

As candidaturas de projectos ao programa iniciam-se na segunda-feira. Misericórdia de Lisboa pode financiar o mesmo projecto durante quatro anos.

Foto
O financiamento obriga a uma bolsa para um bolseiro da Misericórdia Stefan Wermuth/Reuters (arquivo)

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai lançar um programa de apoio à investigação da esclerose lateral amiotrófica, anunciou neste domingo. O Programa de Investigação Científica em Esclerose Lateral Amiotrófica concederá 50 mil euros anuais a uma equipa de investigação portuguesa, escolhida pela administração da SCML após uma avaliação de peritos internacionais dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Holanda.

O prazo para o envio das candidaturas, através da página de Internet, inicia-se na segunda-feira e termina a 30 de Abril. A candidatura seleccionada será anunciada no fim de Maio ou no início de Junho.

Rita Paiva Chaves, coordenadora do programa, disse que o financiamento atribuído inclui, obrigatoriamente, o pagamento de uma bolsa a pelo menos um bolseiro de investigação científica da SCML, que irá colaborar com a equipa seleccionada. A coordenadora adiantou que a Misericórdia de Lisboa pode entender dar o montante ao mesmo grupo de investigação nos anos seguintes, até um máximo de quatro anos, se o projecto de investigação o justificar.

O regulamento de bolseiros de investigação da SCML foi aprovado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, explicou Rita Paiva Chaves, e o recrutamento será divulgado, nomeadamente, nos meios académicos e na imprensa.

A esclerose lateral amiotrófica é uma doença neurodegenerativa rara. Nesta patologia, os neurónios (células do sistema nervoso) "que conduzem a informação do cérebro aos músculos do corpo, passando pela medula espinhal, morrem precocemente", explica no seu portal a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica. Esta degeneração leva a que os músculos fiquem mais fracos, podendo haver atrofia muscular, afectando o movimento de pernas e braços, a fala, a deglutição ou a respiração.

O novo programa segue-se aos Prémios Santa Casa Neurociências, lançados em 2013. As duas iniciativas pretendem, através de incentivos à investigação, abrir caminho a novas estratégias de prevenção e tratamento de doenças neurológicas.

Sugerir correcção
Comentar