Ocidente promete “reacção forte” se acordos de Minsk continuarem a ser violados

Exército ucraniano comunicou morte de três soldados e mantêm-se os bombardeamentos em Shirokine e no aeroporto de Donetsk.

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Gleb Garanich / Reuters

Os líderes das principais potências ocidentais concordaram que “será necessária uma reacção forte” caso os acordos de Minsk – que visam a implementação de um regime de cessar-fogo no Leste da Ucrânia – sejam alvo de uma “ruptura maior”.

As declarações foram reveladas pela presidência francesa depois de uma reunião esta terça-feira por vídeo-conferência entre os líderes da Alemanha, França, EUA, Reino Unido, Itália e do Conselho Europeu para debater a “segurança global”, de acordo com a Reuters.

O encontro aconteceu no dia em que o Exército ucraniano anunciou a morte de três soldados em combates e três feridos – um dos balanços mais pesados em vários dias, que mostra que os acordos de Minsk continuam a não ser respeitados.

A mensagem do Palácio do Eliseu não esclareceu que tipo de reacção será levada a cabo pelo Ocidente nem o que será entendido por “ruptura maior” dos acordos de Minsk. Mas o porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que "as sanções [sobre a Rússia] só serão levantadas caso o acordo de Minsk seja totalmente implementado". "Ao mesmo tempo, eles confirmaram que estão preparados para aplicar mais sanções no caso de uma nova escalada", acrescentou Steffen Seibert.

Tanto Washington como a União Europeia têm referido que é possível aplicar mais sanções à Rússia, que acusam de apoiar as forças separatistas que combatem o Exército ucraniano – acusações refutadas por Moscovo.

Apesar da continuação de alguns focos de combate, as tréguas têm sido respeitadas na quase totalidade da linha da frente. Nos últimos dias, as duas partes têm procedido ao recuo das peças de artilharia pesada, de forma a estabelecer uma zona desmilitarizada entre 50 e 140 quilómetros, de acordo com o calibre do armamento.

No entanto, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) tem comunicado que tem sido impossibilitada de monitorizar a retirada por parte das forças rebeldes, pelo que não pode concluir de forma segura que este ponto dos acordos de Minsk esteja a ser respeitado.

Os combates têm continuado nas cidades de Shirokine, no sudeste, e na zona do aeroporto de Donetsk, agora em ruínas, segundo o comunicado da OSCE referente a segunda-feira.

Para assegurar que os acordos assinados em Minsk a 12 de Fevereiro são cumpridos, os líderes ocidentais reconheceram a necessidade de reforçar o papel da OSCE no terreno. O mandato da organização termina este mês e deverá ser renovado.

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