Benfica e FC Porto no mesmo patamar da época passada na luta pela Liga

Em 2013-14, a 11 jornadas do fim, os dois candidatos também estavam separados por quatro pontos. Tanto os “encarnados” como os “dragões” somam, nesta altura, mais pontos do que há uma temporada.

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Francisco Leong/AFP

Foi no último terço da temporada passada que o FC Porto derrapou na corrida pelo título, acabando por ser ultrapassado pelo Sporting no segundo lugar. A 11 jornadas do fim do campeonato, porém, os “dragões” estavam exactamente no mesmo patamar em que estão hoje, com a mesma distância pontual para o líder Benfica. Graças ao triunfo categórico sobre os “leões”, alcançado no domingo (3-0), os “azuis e brancos” reduziram definitivamente a dois a luta pela conquista da Liga 2014-15.

A oito pontos da segunda posição e a 12 da primeira, a prioridade do Sporting passará mais por defender o terceiro lugar do assédio do Sp. Braga, deixando os dois rivais destacados no topo da tabela. E, neste particular, o FC Porto de Julen Lopetegui partirá para o sprint final do campeonato em igualdade de circunstâncias com o FC Porto de Paulo Fonseca. Na mesma altura da época (a Liga passou entretanto de 30 para 34 jornadas), ou seja, a 11 partidas do fim da Liga 2013-14, os “dragões” partiam com quatro pontos de atraso para o primeiro classificado.

A versão actual da equipa portuense apresenta, porém, um registo mais favorável que no ano anterior, em todos os domínios: tem mais pontos (55 contra 46), mais vitórias (17 contra 14), mais golos marcados (55 contra 43) e menos sofridos (10 contra 18). Para além disso, cumpre um ciclo de cinco triunfos na Liga, enquanto na época passada, por esta altura, registava duas derrotas nos cinco últimos encontros.

Para a vitória expressiva sobre o Sporting, Cristián Tello deu um contributo decisivo, ao apontar um hat-trick, e o empresário do jogador já veio descansar os portistas. “Tello tem contrato de empréstimo por dois anos. O Barcelona pode fazê-lo regressar no final da temporada, mas não se preocupem porque isso não vai acontecer. Não acredito que o Barcelona se penalize em termos financeiros porque tem de pagar para fazer regressar o Tello”, disse ontem José Maria Orobitg à Rádio Renascença.

Desde 2010-11, na era André Villas-Boas, que o FC Porto não entra em vantagem sobre o Benfica no último terço do campeonato. Mas as versões de 2011-12 e 2012-13 da equipa, então orientada por Vítor Pereira, já provaram que é possível recuperar terreno e passar a perna ao rival na corrida ao título. Até porque há um clássico entre os dois clubes reservado para a 30.ª jornada, no Estádio da Luz, que, a este ritmo, poderá ser decisivo para as contas finais.

Do lado do Benfica, o saldo também é mais favorável do que era há um ano. Os “encarnados” mantêm a vantagem de quatro pontos sobre o rival mas amealharam mais um ponto no total da prova (59 contra 58), com mais vitórias (19 contra 18), mais golos marcados (57 contra 44) e menos sofridos (10 contra 15). De resto, a solidez defensiva tem sido uma das grandes armas dos lisboetas ao longo da época. Esta é mesmo, a esse respeito, a melhor temporada da era Jorge Jesus, com uma média de golos sofridos de 0,43 (em 2013-14 foi de 0,6 e de 0,7 na época anterior).

Dependendo do que o FC Porto fizer na Liga dos Campeões (parte em vantagem para a segunda mão dos oitavos-de-final, frente ao Basileia), o calendário também poderá ser mais fácil de gerir para o campeão nacional, há muito afastado das provas europeias, da Taça de Portugal e com a final da Taça da Liga agendada para o fim de Abril.

Em teoria, a próxima jornada da Liga também será menos complicada para as “águias” (jogam em Arouca, 14.º classificado) do que para o FC Porto, que se desloca ao terreno do Sporting de Braga. Mas, como sublinha muitas vezes Julen Lopetegui, “as contas fazem-se no fim”.

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