FC Porto-Sporting, um clássico para encurtar distâncias

“Dragões” procuram manter apertado o cerco ao Benfica na luta pelo título. “Leões” apontam ao apuramento directo para a Liga dos Campeões.

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Miguel Riopa/AFP

O terceiro clássico da temporada entre FC Porto e Sporting vai levar amanhã, para o relvado do Estádio do Dragão, duas equipas com objectivos imediatos diferentes: os anfitriões a não quererem perder terreno na luta pela título e a tentarem descolar definitivamente dos “leões”, os visitantes à procura de se aproximarem do segundo lugar, já a cinco pontos de distância. Para os “azuis e brancos”, o jogo grande da 23.ª jornada da Liga será também a quarta oportunidade da época para se imporem a um rival directo.

Nos últimos anos, tem sido claro o domínio do FC Porto no seu recinto, em jogos do campeonato (cinco vitórias consecutivas e nove desde o ano 2000, com uma derrota e quatro empates pelo meio). Mas a presente temporada trouxe uma nota de maior equilíbrio a este braço-de-ferro. No jogo da primeira volta, em Alvalade, registou-se um empate (1-1) e na visita ao Norte, para a Taça de Portugal, o Sporting eliminou os “dragões” com um triunfo por 3-1.

Estes dados, e o facto de o FC Porto não ter conseguido superar nenhum dos rivais directos em 2014-15 (a estes dois resultados, soma-se uma derrota, no Dragão, frente ao Benfica, por 0-2), transformam a previsão deste clássico num exercício ainda mais delicado. Nesse sentido, este jogo terá um significado acrescido para Julen Lopetegui, que ainda não foi capaz de capitalizar o excelente plantel de que dispõe em jogos de maior exigência, a nível interno.

Ainda assim, o currículo caseiro do FC Porto impressiona pelos números: em 11 jogos da Liga, soma nove vitórias, 27 golos marcados (média de 2,5 por partida) e apenas três sofridos. Um eventual triunfo sobre o Sporting elevará para cinco os encontros consecutivos a vencer para o campeonato, enquanto o rival se atrasou na tabela, com dois empates nas quatro últimas jornadas.

De resto, esta é também uma semana de capital importância para o Sporting. Depois da eliminação da Liga Europa, frente ao Wolfsburgo, na quinta-feira, a equipa orientada por Marco Silva não pode dar-se ao luxo de derrapar no Porto, sob pena de ver quase irremediavelmente comprometido também o acesso directo à Liga dos Campeões da próxima temporada. Para além da qualidade do adversário, o treinador dos “leões” terá no desgaste acumulado pelos jogadores um obstáculo extra para ultrapassar.

Ryan Gauld, jovem escocês que o Sporting contratou nesta época e que tem sido opção mais regular na equipa B, deixa claro qual o estado de espírito do plantel antes da visita ao Dragão. “Se conseguirmos ganhar no Porto, colocamo-os sob pressão. Estaríamos em cima deles e eles ainda a tentarem alcançar o Benfica, por isso estaríamos todos a pressionar-nos uns aos outros”, afirmou, em declarações ao jornal britânico The Guardian.

Para o FC Porto, que só a 10 de Março jogará a segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, a fadiga muscular não terá um peso tão relevante, sendo a principal dor de cabeça de Lopetegui a disponibilidade de Danilo. O lateral brasileiro sofreu uma contusão no pé direito e falhou o treino de ontem, permanecendo em dúvida a sua utilização amanhã. Se se der o caso de falhar o jogo, será o terceiro clássico que perderá desde que chegou a Portugal. E já disputou 16.

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