A auto-suficiência de Benfica e Zenit depende de um triunfo

Jogo desta tarde, em São Petersburgo, tem carácter decisivo. “Temos capacidade para vencer”, assume Jorge Jesus.

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Jorge Jesus OLGA MALTSEVA/AFP

Chegou o momento do tudo ou nada para o Benfica. Para depender de si próprio na corrida aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o campeão português está obrigado a vencer hoje (17h, SP-TV) na Rússia, país onde soma apenas um triunfo em seis tentativas ao longo da história das provas europeias. Para isso, terá de fazer muito melhor do que na 1.ª jornada do Grupo C, quando foi surpreendido pelo Zenit, no Estádio da Luz (0-2).

Os líderes das Ligas russa e portuguesa chegam a este encontro com quatro pontos cada e igualmente pressionados. E a importância do embate também se pode medir pelas poupanças realizadas por Jorge Jesus na última partida das “águias”, para a Taça de Portugal. Nesse sentido, Maxi Pereira, Samaris, Talisca e Lima (resguardados no embate com o Moreirense) têm via verde para regressar ao “onze”, mesmo que o técnico só tenha ontem garantido a titularidade de Júlio César.

“Queremos ser apurados e temos valor para isso”, assumiu Jesus, reconhecendo que o resultado desta tarde será determinante para o futuro dos “encarnados” na Champions. “É claro que este jogo tem um carácter decisivo, faltam dois jogos. Vimos com essa ideia [vencer] e temos capacidade para isso. São equipas muito equilibradas. Qualquer equipa pode vencer fora ou dentro”.

O treinador do Benfica sabe bem o que é jogar em São Petersburgo, cidade onde, a 15 de Fevereiro de 2012, sofreu uma derrota (3-2) que não impediu a equipa de seguir, então, para os quartos-de-final da Liga dos Campeões. Por isso, assevera que está preparado para o relvado e para as condições meteorológicas (está previsto um grau negativo à hora do jogo): “Frio ou neve? Não importa muito o que vamos encontrar. Temos de ter a capacidade para ultrapassar o frio, ser melhor que o nosso adversário e concretizar a nossa ideia de jogo. Não será o frio que nos impedirá de ganhar”.

Ao contrário do que aconteceu no encontro da primeira volta, não será Eliseu a lidar mais directamente com Hulk na defesa. O lateral esquerdo continua lesionado e a solução mais provável para ocupar a posição é André Almeida, jogador que dá mais garantias do ponto de vista defensivo do que ofensivo. “Estamos bem preparados, sabemos que não vai ser fácil. Estamos com vontade de procurar a qualificação”, insiste Jesus.

Do lado do Zenit, também há uma baixa de relevo. O avançado Kerzhakov não recuperou a tempo e vai ficar de fora, abrindo as portas da titularidade a Arshavin ou a Rondón, jogador que acrescenta uma dimensão mais física ao ataque russo. “As duas equipas poderão possivelmente jogar a sua última cartada [na Liga dos Campeões] e isso poderá influenciar a estratégia dos treinadores. Nós vamos jogar abertos e a procurar o golo”, promete André Villas-Boas, técnico do Zenit e um conhecedor das ideias de Jesus.

Quem também está muito familiarizado com o Benfica é Javi García, que reencontra o clube que representou entre 2009 e 2012. “Vai ser um jogo bastante táctico, uma vez que todos se conhecem bem”, sublinhou o médio espanhol, elogiando o poderio ofensivo da sua equipa. “Eles é que têm de estar preocupados. Temos lá na frente jogadores que decidem de um momento para o outro”.     

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