Apax e Bain já têm sindicato bancário para financiar compra da PT Portugal

O Barclays, o Bank of America Merrill Lynch e a UBS vão garantir o financiamento da oferta de compra da PT Portugal pelos fundos de investimento.

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Apax e Bain preparam oferta vinculativa pela PT Portugal, entre a TIM e a Oi estudam aproximação PÚBLICO/arquivo

É com um sindicato bancário liderado pelo Barclays, e que integra ainda o Bank of America Merrill Lynch e a UBS, que os fundos Apax e Bain contam financiar a aquisição da PT Portugal. A oferta firme destes fundos será apresentada na sexta-feira ao assessor financeiro da Oi, o BTG Pactual, mas não deverá incluir qualquer revisão do preço avançado na proposta não vinculativa, que é de 7075 milhões de euros, adiantou ao PÚBLICO fonte financeira. A mesma fonte adiantou que, neste momento, há abertura dos fundos para negociar com outras entidades que se queiram juntar a esta operação.

A confirmar-se a entrega desta proposta vinculativa, será a segunda a chegar às mãos dos brasileiros da Oi, que no Verão tomaram a iniciativa de contactar a francesa Altice para desencadear o processo de venda da PT Portugal. Segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, foi em Julho que alguns dos accionistas da Oi contactaram a Altice, embora publicamente nunca se tenha admitido que a PT Portugal é um activo para venda. Foi no final de Junho que o Expresso noticiou o investimento de 900 milhões de euros da PT na Rioforte.

A Altice (dona da Oni e da Cabovisão) apresentou no início do mês uma proposta que avalia a PT Portugal em 7025 milhões de euros. Tal como a oferta da Apax e da Bain, este valor já contempla a dívida da empresa e condiciona 800 milhões de euros a resultados futuros.

No Brasil mantêm-se activas as movimentações entre empresas com vista à concretização de operações de consolidação no sector das telecomunicações. Na sexta-feira à noite, depois de uma reunião convocada especificamente para discutir a situação do mercado brasileiro, o conselho de administração da Telecom Italia indicou que autorizou a gestão da companhia a estudar “de forma aprofundada as opções para uma possível integração” da TIM Brasil (operadora móvel) e da Oi.

Hora antes de ser divulgado esse comunicado, o segundo maior accionista da Telecom Italia, Marco Fossati, tinha frisado que, embora a fusão da TIM com a Oi fizesse sentido do ponto de vista industrial, não poderia ser feita “a qualquer custo”. Em entrevista ao jornal italiano Il Sole 24 Ore, Fossati lembrou que a Oi tem uma dívida elevada e questões por resolver com parceiros. Chamou-lhe “uma empresa em crise financeira e societária” e sublinhou que, por mais sentido que faça a aliança entre as duas empresas, não pode ir para a frente “se não criar valor para os accionistas”.

Com o comunicado divulgado horas mais tarde, a Telecom Italia parece abrir a porta a deixar que o negócio se faça, ainda que no momento oportuno. Eventualmente, depois de vendida a PT Portugal, o que permitiria à Oi reduzir dívida e gerar algum encaixe financeiro, aumentando a sua atractividade para uma operação de fusão.

 

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