Banco BIC compra seguradora Finibanco Vida ao Montepio por 12 milhões de euros

BIC Angola está a negociar entrada de grande banco internacional no capital.

Foto
Banco BIC inaugurou nesta segunda-feira nova agência em Lisboa Rui Gaudêncio

O Banco BIC está prestes a concluir a aquisição da seguradora Finibanco Vida ao Montepio por um valor na ordem dos 12 milhões de euros, revelou nesta segunda-feira o presidente do conselho de administração do banco, Fernando Teles.

"Estamos a adquirir a Finibanco Vida, posso anunciá-lo porque o negócio está praticamente fechado", avançou aos jornalistas o responsável, à margem da inauguração da nova agência do Banco BIC em Lisboa, localizada na Avenida da Liberdade.

O valor da operação vai rondar os 12 milhões de euros, especificou Fernando Teles, reforçando que o processo se encontra "na fase final da assinatura" do contrato de compra e venda com o Montepio.

Teles realçou que a comercialização dos produtos de seguros da Finibanco Vida nos 218 balcões que o banco de capitais luso-angolanos conta neste momento no mercado português vai atrair "mais negócios para o banco".

Mas esta não foi a única novidade trazida a Lisboa por Fernando Teles que, além de presidente do conselho de administração do banco cuja liderança executiva cabe a Luís Mira Amaral, é um dos principais accionistas do Banco BIC Angola e do Banco BIC Português.

"Já iniciámos a nossa operação na Namíbia e abrimos também um escritório de representação na África do Sul", assinalou, em referência ao Banco BIC Angola, explicando que o objectivo do banco angolano é estar presente nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), bem como nos países limítrofes de Angola.

Um bom exemplo é o BPN IFI (Cabo Verde), que foi comprado ao Estado português pelo BIC Angola e que, segundo Teles, já recebeu autorização do banco central cabo-verdiano para começar a operar como banco de retalho naquele país.
"Vamos ter um banco comercial em Cabo Verde", vincou o responsável.

Além disso, depois de ter acertado a compra do BPN Brasil com a Parvalorem, veículo estatal que gere os activos problemáticos do ex-Banco Português de Negócios (BPN) desde a sua nacionalização em 2008, e que foi comprado ao Estado pelo Banco BIC Português, Teles revelou que o BIC Angola aguarda apenas a licença do banco central brasileiro para fechar este negócio.

"Estamos na fase final do processo. Já estamos a gerir o banco em conjunto com a Parvalorem", sublinhou.

BIC Angola negoceia entrada de banco internacional
Fernando Teles anunciou ainda que o banco BIC Angola está num processo negocial que visa a venda de parte do seu capital a um grande banco internacional, estando em causa uma participação entre 10% e 15%.

"Estamos a negociar a entrada de um grande banco internacional no nosso capital", afirmou aos jornalistas o gestor, dando a entender que há mais do que um interessado numa participação minoritária no banco que lidera.

O objectivo é encontrar um "parceiro forte" que queira "investir no desenvolvimento do BIC", sublinhou Teles, garantindo que já há "muitas entidades que querem entrar" no capital do BIC Angola.

Paralelamente, o presidente do BIC Angola disse que, "quando a bolsa angolana começar a funcionar em pleno", a entidade que lidera quer estar no pelotão de empresas que vai inaugurar o mercado de capitais daquele país africano, estando os atuais accionistas dispostos a alienarem uma fatia de 15% a 20%, "ou até mais", do capital do banco na bolsa de Luanda.

Teles realçou que a bolsa angolana, que ainda não está operacional, vai num primeiro momento comercializar apenas dívida pública e que o segmento accionista só deverá estar activo em 2016 ou 2017.

Questionado sobre se ambas as novidades que lançou sobre o futuro próximo do BIC Angola, banco gémeo do Banco BIC Português, estão relacionadas com a recente saída de Américo Amorim do capital da instituição, Teles afastou essa ideia.

"Amorim é um grande empresário, mas já há dois ou há três anos que nos manifestava o desejo de sair do capital do BIC. Em Outubro de 2013 isso mesmo foi transmitido aos bancos centrais (de Portugal e de Angola) e só foi agora anunciado porque só agora houve autorização", explicou.

Certo é que os atuais accionistas fizeram um "esforço" para absorver a posição de Amorim, sublinhou Teles, que passou a contar com uma posição directa de 37,5% no capital do Banco BIC (a que se somam mais 5% detidos pelos restantes elementos da equipa de gestão e que permitem que haja um equilíbrio face à posição de 42,5% agora detida pela empresária angolana Isabel dos Santos).

Depois, há mais três sócios que detêm fatias de 5% cada no capital dos BIC, o angolano e o português, que têm exactamente a mesma estrutura accionista.

Sugerir correcção
Comentar